Trabalhadores devem deixar local até o final de novembro.
No lugar do Ceape deverá ser Centro Administrativo.
Os mais de 80 permissionários do Centro de Abastecimento de Petrolina (Ceape), no Sertão de Pernambuco, ficaram surpresos com a chegada dos fiscais da Secretaria de Ordem Pública, da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) e da Vigilância Sanitária nesta terça-feira (18). Segundo os trabalhadores do centro de abastecimento, a equipe da prefeitura chegou ao local com uma ordem de fechamento e alguns estabelecimentos foram lacrados.
Pedro Alexandre Ferreira Mariano trabalha no Ceape há nove anos com embalagens. Ele contou que desde 2011 a prefeitura quer tirá-los do local. “Nós não somos contra a nossa saída, mas sim da forma como está sendo feita. Chegaram aqui hoje com ordem de fechamento, sem aviso prévio e nos pegaram de surpresa. Já fecharam até alguns estabelecimentos”, disse.
Desde 1994, Joseilton Ferreira Moraes trabalha com um frigorífico no centro de abastecimento e disse que existe uma promessa de doação de terreno, mas que até o momento não há nada firmado. “Querem que a gente saia do Ceape antes de doarem o terreno. A gente não quer sair antes disso. A gente quer ficar enquanto faz um mercado novo”, afirmou o permissionário.
Severino Gomes trabalha com lanches há 27 anos no Ceape e disse que só não apresentou o alvará, pois tentou renovar e foi informado que a prefeitura não estava mais emitindo o documento para o local. “Eles chegaram me abordando pedindo o alvará. Eu disse que não tinha porque fui lá renovar e eles disseram que não davam mais. Então me interditaram pela falta de licença ambiental e sanitária”, contou Severino. Segundo o permissionário, a Vigilância Sanitária nunca tinha ido ao local fazer uma fiscalização. “Não deram um prazo pra gente tirar as coisas daqui”, destacou.
O Ceape deverá reunir todas as secretarias municipais, segundo o secretário do Centro Administrativo Cidadão, Marcone Prazeres. “Os galpões serão reformados e o objetivo é trazer conforto à população que precisa ir às secretarias. O Centro faz parte do Plano de Mobilidade Urbana do município”, explicou.
De acordo com Marcones, não há obrigatoriedade por parte do município de indenizar os permissionários, pois segundo o contrato, em caso de interesse público, o município pode reaver o espaço. Porém, ele disse ainda que o Poder Executivo enviará um projeto de doação do terreno para a Câmara de Vereadores.
Após o alvoroço, ficou decidido que nesta terça-feira os estabelecimentos não seriam fechados, mas notificados caso estivessem contrários às normas ambientais e sanitárias. A previsão é que até o final de novembro, os permissionários deixem o Ceape.