Um sargento da Polícia Militar e um detento tiveram as mortes confirmadas durante a rebelião desta segunda-feira (19), no Complexo Prisional do Curado, no Recife. Além dos óbitos, oficialmente, outros 21 presos ficaram feridos. Cinco foram encaminhados ao Hospital da Restauração, no bairro do Derby.
Na manhã desta segunda, os internos se rebelaram nas três unidades prisionais do Complexo em protesto contra problemas com os alvarás de soltura e de superlotação. Eles alegam que os processos estão atrasados e que alguns presos já deveriam estar fora do sistema. A situação foi controlada, porém, por volta das 15h, o Batalhão de Choque foi acionado para uma nova manifestação.
O sargento da Polícia Militar Carlos Silveira do Carmo trabalhava no Batalhão de Guarda da unidade e ainda chegou a ser socorrido para o Hospital Otávio de Freitas, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos. Ele foi baleado quando estava na guarita. O tiro partiu de dentro do presídio. Anteriormente, ele serviu ao Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran). O chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Antônio Barros, designou o delegado João Paulo Andrade, da 4ª Delegacia de Homicídios, para apurar as causas da morte.
Por volta das 16h30, o Choque deu início às revistas aos detentos com uma equipe de cerca de 70 homens. A Companhia Indepentende de Operação Especiais dá suporte na operação. Seis viaturas de resgate, duas de incêndio e outras duas motolâncias do Corpo de Bombeiros também estão no local.
Ao longo do dia, moradores da região e familiares de presos denunciaram a truculência da polícia para conter os internos. Muitos ruídos de bombas e tiros são ouvidos do lado de fora das unidades carcerárias.