Greve dos professores deixa 46 mil alunos de Petrolina sem aula

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Motivo da reivindicação é o reajuste de 13,01% no salário dos discentes.
Greve foi deflagrada na sexta-feira (10), em assembleia da categoria.

Na manhã desta segunda-feira (13), alguns alunos desavisados compareceram às escolas estaduais de Petrolina mas não tiveram aulas. Os professores do estado paralisaram as atividades após a deflagração a greve da categoria na última sexta-feira (10). O motivo da reivindicação é o cumprimento da Lei do Piso Salarial, que prevê reajuste de 13,01% no salário dos discentes.

Um dos estudantes que foram à escola foi Bruno Brito, de 18 anos. Ele é aluno do 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professora Adelina Almeida, no bairro Areia Branca. Com o auxílio de uma professora intérprete, o estudante que é surdo, explicou que não havia sido informado sobre a greve. Ele mora em Campos dos Cavalos, povoado da cidade vizinha de Juazeiro, na Bahia.

Segundo a professora instrutora em Língua Brasileira de Sinais (Libras) da Escola Adelina Almeida, Andréia Macedo, apenas os professores com contrato temporário bateram o ponto e estavam dispostos a dar aula. “Eu penso que os temporários estão receosos de perder o contrato e por isso vieram, mas como a maioria dos alunos não compareceu não está tendo aula”, contou.

Em outra escola estadual, a Eduardo Coelho, localizada no bairro São José, na região central da cidade, os corredores estavam vazios. De acordo com a professora de Língua Portuguesa, Carmenlúcia Souza, todas as atividades foram paralisadas. “Apenas os professores com contrato temporário estão dispostos a dar aula, mas nenhum aluno veio”, disse. Na instituição cerca de 830 alunos devem ficar sem aulas.

Segundo o coordenador regional Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), Robson José Nascimento, no município, ao todo mais de 46 mil alunos devem ficar sem aula. “Aqueles estudantes que forem hoje às escolas vão ser informados sobre a greve, os motivos dela e devem ser liberados”, contou.

Em Petrolina, os discentes realizaram duas paralisações de 48h, nos dias 25 e 26 de março e outra dias 7 e 8 de abril. A decisão de entrar em greve, por tempo indeterminado, foi decidida em uma assembleia da categoria na sexta-feira (10), na capital Recife.

Em nota, a secretaria de Educação de Pernambuco informa que “os pais ou os responsáveis entrem em contato com as unidades de ensino para saber se a escola está com as atividades normalizadas e, em caso positivo, encaminhem os estudantes para as escolas. Foi constatado que em várias escolas em funcionamento há professores, porém, não há a presença dos alunos ou, quando há, estão em pequeno número. A Secretaria de Educação do Estado (SEE) informa que divulgará, na tarde de hoje (13), o resultado parcial sobre a situação de funcionamento das unidades.”