Docentes da rede estadual decidiram cruzar os braços nesta sexta-feira.
Categoria cobra reajuste de 13,01%; paralisação deve afetar 650 mil alunos.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) decretou, na tarde desta sexta (10), greve por tempo indeterminado na rede estadual de ensino. Os professores decidiram cruzar os braços em assembleia tumultuada no Clube Português, nas Graças, Zona Norte doRecife. A categoria, formada por 49.816 profissionais, cobra reajuste de 13,01% nos salários. O governo estadual enviou projeto, aprovado pelos deputados, para pagar o aumento apenas a professores com ensino médio (antigo magistério), o que corresponde a menos de 10% da categoria. A paralisação deve deixar cerca de 650 mil estudantes sem aula. A Secretaria Estadual de Educação foi procurada, mas ainda não se pronunciou sobre o movimento.
Durante a assembleia, os docentes marcaram um novo encontro para 17 de abril e decidiram sair em passeata pelas ruas da região. Eles fecharam um trecho da Avenida Agamenon Magalhães, no sentido Olinda-Recife. A via foi bloqueada na altura da Rua Doutor Bandeira Filho, mas já foi liberada.
A discussão na assembleia começou por volta das 15h30. A proposta do Sintepe era realizar novas paralisações pontuais nos dias 15, 22 e 29 de abril, com atos públicos em todo estado até o fim do mês. No entanto, durante os discursos, a maior parte dos professores defendeu a deflagração da greve, apoiada por alunos que seguravam cartazes pela valorização dos magistrados.
“A categoria, por ampla maioria, decidiu a greve por tempo indeterminado. Havia uma discussão entre nós sobre o formato da greve, mas a insatisfação é muito grande, porque o governo descumpre a legislação, nega uma prática que vinha sido adotada pelo Estado desde 2011. Temos atividades até quinta [16] e, na sexta [17], teremos nossa assembleia para definir os rumos do movimento”, explicou o presidente do Sintepe, Fernando Melo.
Ele acrescentou que a primeira paralisação de 48 horas, ocorrida nos dias 24 e 25 de março, teve adesão de 90%. Na segunda paralisação pontual, realizada na quarta (8) e na quinta (9) dessa semana, a adesão foi de 70%.