Provas da seleção devem acontecer ainda este ano.
Câmeras de alta definição também serão instaladas em prédios altos.
governo de Pernambuco anunciou que vai realizar concursos para recompor os quadros das polícias Militar, Civil e Científica ainda em 2015. Estão previstas 1.500 vagas para a Polícia Militar, 500 vagas para agentes e 50 para escrivães da Polícia Civil e 316 para a Polícia Científica, de acordo com o governador Paulo Câmara. A informação foi repassada durante entrevista coletiva, nesta quinta (07), que anunciou uma série de medidas para tentar conter o índice crescente de homicídios no estado.
Foram registrados, em média, dez homicídios por dia neste ano, segundo dados da Secretaria de Defesa Social. “Temos um plano de ação determinado para cada região em que houve aumento, para colocar em prática já no mês de maio, buscando reduzir esse número. Nós não estamos satisfeitos com esses números, Pernambuco aumentou a violência em 2014 e não conseguimos diminuir em 2015”, admite o governador.
A promessa é que os concursos sejam realizados ainda em 2015, com contratação dos profissionais a partir de 2016. “Esses concursos da área de segurança têm várias etapas que exigem tanto a prova escrita quanto treinamento, exames físicos e investigação social. Eles vão estar prontos a partir de 2016 para ingressar em nosso quadros, quando a gente espera uma melhoria das finanças do estado e do Brasil”, aponta Câmara.
Além dos concursos, cerca de mil policiais militares que passam por curso de formação devem estar aptos a ir para as ruas a partir de julho deste ano. Uma das preocupações é trabalhar também a questão dos crimes de proximidade, que representam cerca de 30% de todos os crimes cometidos no estado — discussões entre vizinhos, confusões no trânsito ou conflitos dentro de casa são exemplos de crimes de proximidade.
“Nós temos um desequilíbrio social em nosso estado que precisa ser trabalhado. Nós temos que ser incansáveis com as pessoas que continuam praticando a bandidagem e precisamos trabalhar com muita prevenção, para evitar os crimes de proximidade, muitas vezes banais, que podem ser evitados com políticas sociais, com campanhas de esclarecimento, e qualificação profissional”, acredita o governador.
Outra medida para buscar frear o crescimento dos índices de criminalidade é o remanejamento de 100 câmeras de alta definição para prédios mais altos. As atuais câmeras da Secretaria de Defesa Social estão em postes a 7 metros de altura, com capacidade para monitorar um raio de 400 metros, aproximadamente. Com a mudança, os equipamentos alcançarão um raio de até 3 quilômetros. “Há um ano testamos essas câmeras em cinco pontos do Recife. A maior área de cobertura com uma única câmera nos permite encontrar risco real”, avalia o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho.
A elevação das câmeras vai acontecer no Recife, Jaboatão dos Guararapes, Caruaru e Petrolina. “Não temos ainda previsão de levar este ano para outras cidades. Jaboatão não tinha esse serviço [de câmeras] e passa a ter”, explica Carvalho. Jaboatão recebeu um esquema especial do Pacto pela Vida devido ao aumento da criminalidade em janeiro.
Colaboração da Defensoria Pública
Durante o anúncio das novas medidas, foi anunciado ainda um acordo de colaboração entre a Secretaria de Defesa Social (SDS) e a Defensoria Pública. O termo de cooperação técnica vai oferecer assistência jurídica para policiais civis, militares ou bombeiros que não possam custear o serviço, desde que o problema tenha acontecido durante o exercício da profissão.
Emprego para menores e jovens aprendizes
O governador Paulo Câmara anunciou, por fim, alteração da redação de dois artigos do decreto nº 34.003/2009. Agora, órgãos públicos da rede estadual poderão contratar adolescentes e jovens aprendizes que cumprem ou cumpriram medidas socioeducativas de prestação de serviço a comunidade, liberdade assistida, de semiliberdade ou de internação executada pela Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase). Cada órgão ou entidade do Poder Executivo pode contratar um número de aprendizes equivalente a, no máximo, 30% do total de servidores, empregados públicos ou militares do Estado.