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Operação no morro onde crime ocorreu busca chefe do tráfico e comparsas, mas ninguém é preso
Rio de Janeiro. A adolescente de 16 anos vítima de estupro coletivo em Jacarepaguá, na Zona Oeste, deixou ontem o Estado do Rio com a família. Ela foi incluída no Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte, do governo federal, e executado pelo Estado.
A garota foi orientada a cortar qualquer tipo de contato com antigos amigos e não terá à disposição celular nem computador com internet. O secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Paulo Melo, recebeu a menina por uma hora na segunda-feira.
Melo contou que ela relatou estar recebendo ameaças de traficantes. “Ela está assustada e quer mudar de vida, mas fiquei impressionada com a sua tranquilidade. É uma menina inteligente, articulada e amadurecida pela vida.” O lugar para onde ela foi levada com a mãe, o pai, a avó, o irmão e o filho não será divulgado. Em mais uma operação da Polícia Militar na favela São José Operário, onde o crime ocorreu, no último dia 21, foram apreendidos ontem 220 kg de maconha e dez motos roubadas.
Em nota, a assessoria de imprensa da PM disse que “a incursão na localidade foi com o objetivo de oferecer maior sensação de segurança à população e combater crimes”. Não houve prisões.
Entre os seis suspeitos de envolvimento no estupro da jovem que tiveram prisão temporária decretada está o chefe do tráfico da favela, Sérgio Luiz da Silva, conhecido como Da Russa. Responsável pela investigação, a delegada Cristiana Onorato Bento, titular da <CW-8>Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), disse que o traficante tem domínio de tudo que acontece no morro. Há informações de que Da Russa estava nas imediações da casa onde a jovem foi violentada, chamada na favela de “abatedouro”.
Outros traficantes estão sendo procurados na investigação do estupro. “É balela dizer que traficante não faz (estupro). Traficantes entram nas residências, pegam as meninas e estupram. As meninas não revelam o abuso por medo”, disse a delegada.
A delegada da DCAV afirmou anteontem que o vídeo comprova o estupro coletivo e que a dúvida é saber quantos homens estão envolvidos. Dois suspeitos de envolvimento no crime estão presos, e quatro são considerados foragidos. Ontem, a Polícia Civil fez mais uma operação em busca dos envolvidos que tiveram prisão decretada, mas até o fim da tarde, ninguém havia sido preso.
Versão. O advogado Alexandre Santana disse que o cliente Raí de Souza, preso sob a acusação de envolvimento no estupro da adolescente, contou que a menina estava “superconsciente” no momento da ação.
O advogado reafirmou que Raí teve relações sexuais com a jovem de maneira “consensual”, horas antes da gravação da filmagem. O vídeo mostra um homem manipulando por alguns momentos as partes íntimas da jovem nua. Também é possível ouvir risadas e uma música de rap, cantada por um dos homens presentes. Questionado por jornalistas sobre como a menina não teria acordado nesse cenário, Santana disse que o cliente atribuiu ao ‘cansaço’. “Passou o tempo todo no baile funk, né?”, afirmou.
MP investiga delegado que foi afastado
Rio de Janeiro. O Ministério Público do Rio de Janeiro pediu abertura de inquérito para investigar a conduta do delegado Alessandro Thiers, que foi o primeiro a conduzir o caso do estupro coletivo da adolescente no Rio.
Ao ler os autos do depoimento da jovem, o promotor Bruno Lavorato constatou que há indícios de que Thiers praticou o crime de submeter criança ou adolescente sob autoridade dele a vexame ou constrangimento.
A pena é de prisão de seis meses a dois anos. O pedido foi feito no plantão judicial do fim de semana e será analisado pela Justiça.
Em conversa de WhatsApp, o delegado desqualifica a jovem, dizendo que não houve estupro. Ele ainda fez comentários sobre as partes íntimas da vítima.
Por: otempo
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