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A barragem de Sobradinho, a maior do Nordeste, pode atingir o volume morto em dezembro deste ano, caso não haja redução na vazão defluente, que é liberada para abastecimento. A possibilidade de uma piora no cenário considerado já delicado levou a Secretaria Estadual de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS) a requerer à Agência Nacional de Águas (ANA) a medida. Atualmente, a vazão está em 800 m³ por segundo.
Em resolução enviada ao órgão pelo titular da pasta, Cássio Peixoto, o pedido é de que a atual defluência passe para o volume de 700 m³ por segundo. De acordo com Marcello Abreu, diretor de Segurança Hídrica da SIHS, somente esta medida pode evitar o volume morto. “Avaliando a situação, chegou-se à conclusão de que 800 m³ estava muito alta.
Se a redução não acontecer e as chuvas não vierem, o nível da barragem vai baixar, como está baixando. Logo na primeira quinzena de dezembro, deve chegar no volume morto, em 3%. Lá pelo dia 15, deve chegar ao volume morto. Reduzindo, a gente chega em dezembro com 4,5%”, contou em entrevista ao Bahia Notícias.
Com a diminuição, pode-se evitar também que o volume morto seja atingido no segundo semestre do ano que vem, caso o período de chuvas não consiga prover a Bacia do Rio São Francisco, responsável por abastecer Sobradinho. De acordo com ele, a redução já foi autorizada pela ANA, mas esbarra em condições impostas pelo Ibama, responsável por executar a medida.
Ainda segundo Abreu, a Bahia seria a mais atingida pela não diminuição da vazão, que precisa ocorrer pela falta de chuvas para recuperar a vazão da barragem. Sete municípios estão às margens da represa e sentiriam os efeitos direitos da deterioração na vazão.
“Remanso, Sento Sé, Pilão Arcado, Casa Nova, Sobradinho, Xique-Xique e Itaguaçu ficam na margem da barragem e, caso não haja redução da vazão, haverá problemas de captação, por causa da topografia. A água não só baixa, mas se afasta. Havendo redução de vazão, o que acontece apenas é abaixamento do rio. O rio não vai se afastar, porque continua correndo na calha”, explicou.
O conjunto de cidades reúne, atualmente, 279 mil habitantes. Marcello garantiu, ainda, que não há risco de racionamento de água, caso a barragem chegue ao volume morto. “Não há problema algum de volume de água. O problema é de nível de captação. Água tem à vontade”, assegurou.