O presidente Jair Bolsonaro (PSL) confirmou, no fim da tarde desta sexta-feira (5/4), que vai acabar com o horário de verão no país. A ideia já havia sido apresentada pelo deputado João Campos (PRB-GO) e foi oficialmente acatada pelo Executivo federal.
O porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, confirmou a jornalistas a decisão de Bolsonaro. Uma pesquisa interna do Ministério de Minas e Energia apontava que 53% dos entrevistados eram a favor do fim do horário diferenciado na maior parte do país.
Bolsonaro tomou a decisão com base na pesquisa e outras informações técnicas da pasta. Além da economia da medida, que tem caído nos últimos anos, também foram avaliados fatores como sobrecarga e picos de consumo.
Pouco depois do anúncio do porta-voz, o presidente da República comentou a decisão nas redes sociais:
Após estudos técnicos que apontam para a eliminação dos benefícios por conta de fatores como iluminação mais eficiente, evolução das posses, aumento do consumo de energia e mudança de hábitos da população, decidimos que não haverá Horário de Verão na temporada 2019/2020.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 5, 2019
Economia menor
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a adoção do horário de verão representou uma economia de pelo menos R$ 1,4 bilhão desde 2010 aos cofres públicos. De 2010 a 2014, o período diferenciado resultou R$ 835 milhões a menos nas contas de luz aos consumidores.
Contudo, o Operador Nacional do Sistema (ONS) vinha registrando queda na economia anual da medida. De acordo com divulgação feita pelo órgão no ano passado, entre 2013 e 2016 o valor da economia com o horário de verão caiu de R$ 405 milhões para R$ 147 milhões, uma redução de 63%.
Os dados corroboraram para a decisão do governo federal de preparar estudos sobre o impacto de o horário diferenciado durar menos, como determinou em 2018 o ex-presidente Michel Temer (MDB), ou ser extinto no país, conforme decidiu agora Jair Bolsonaro.
Em 2017, o então presidente da República estudava acabar com a adoção do horário, mas o plano acabou abandonado. Internautas chegaram a reclamar nas redes contra a proposta. Temer, então, apenas encurtou o período. Antes, o horário de verão costumava começar a em outubro. Em 2018, o início foi em novembro.