Ministério da Educação (MEC) anunciou, nesta quarta-feira (03/07/2019), que as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão aplicadas nos próximos anos em plataforma digital e serão personalizadas para cada curso.
Entre 2022 e 2025, o Enem fará quatro aplicações digitais. Já em 2026, a versão em papel deixa de existir definitivamente. Com a mudança de rumo, o governo federal pretende ampliar o número de municípios que têm as provas.
Com as mudanças, os estudantes receberão pelo celular um comprovante de participação no exame. Cerca de 50 mil alunos farão a prova pelo computador. A intensão do MEC é eliminar nos próximos anos os testes impressos.
Já no próximo ano, 15 capitais, entre elas Brasília, terão provas em formato digital. A aplicação continua marcada para 11 e 18 de outubro.
Com isso, o Enem em 2020 terá três modelos: o digital, o regular e o aplicado. Segundo o MEC, haverá economia, pois o custo para a impressão e aplicação das provas chegou, em 2019, a R$ 500 milhões.
O chamado Enem Digital não terá compra de equipamentos. “Usaremos outras instituições que tenham estrutura para a aplicação da prova. Hoje, procuramos salas com cadeiras. Vamos usar a estrutura existente em outras escolas”, adiantou o presidente do Instituto Nacional de Exames e Pesquisas Anisio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes.
O MEC contratará um consórcio para organizar as novas edições do exames. A pasta descarta riscos de invasão de hackers ou fraudes, como um aluno se passar por outro. “Teremos a mesma segurança e vigilância de sempre”, destacou Lopes.
Para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, o novo modelo melhorará a qualidade da educação brasileira. Ele acredita que a mudança é o início de uma modernização. “Não estamos vendo um grande problema. Daqui até 2026, o Brasil é outro. Estaremos muito mais próximo da realidade do Chile. Hoje, estamos entre as piores realidades da América do Sul”, comentou o ministro.
O ministro disse ainda que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não lerá o conteúdo das provas. “Ninguém lerá, salvo uma hecatombe nuclear. Não entendo por que o presidente com um agenda tão atribulada lerá, com tanto trabalho leria. Não leu e não lerá. Se ler, será algo totalmente inesperado e fora do script”, ponderou.