Depois dos atritos das últimas semanas com o PSL e com o presidente da sigla, Jair Bolsonaro agora busca um novo porto seguro para si e seus aliados. O Republicanos, partido ligado à Igreja Universal, pode ser uma das opções e já afirmou que deve convidar o presidente para migrar para a legenda.
Questionado pela coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, o deputado Marcos Pereira, presidente do partido, diz: “Estão recomendando isso, que a gente traga ele”. No entanto, para que os deputados do PSL aliados a Bolsonaro migrassem também para a sigla, seria necessário que o Republicanos se fundisse a outro partido. “Não foi feito esse diálogo ainda”, diz Pereira. “Vamos ter paciência”.
A outra hipótese é os parlamentares do PSL conseguirem autorização da Justiça Eleitoral para deixar o partido sem perder o mandato. Eles podem alegar, entre outras coisas, perseguição da legenda.
Clã Bolsonaro
Os filhos do presidente correm atrás do prejuízo para contornar a crise interna do PSL e evitar que o pai deixe o partido. Hoje, Eduardo e Flávio controlam, respectivamente, os diretórios do PSL em São Paulo e no Rio de Janeiro. A saída do presidente provocaria um enfraquecimento grande da legenda, assim como os colégios eleitorais que os filhos controlam.
Além disso, também pesa o fato de que o PSL é o partido com a maior fatia de dinheiro público entre todos os 32 registrados no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em 2020, somando os fundos partidário e eleitoral, o PSL pode ter em caixa R$ 350 milhões. O valor leva em conta as estimativas de R$ 1 bilhão para o fundo partidário, e os R$ 2,5 bilhões propostos pelo governo para o fundo eleitoral.