A ação é uma iniciativa dos estudantes da disciplina de Hematologia do curso de Ciências Biológicas da Univasf que, pela segunda vez, realizam o cadastro de possíveis doadores de medula óssea. O cadastro é o primeiro passo para se tornar um doador. É preciso levar um documento oficial com foto e o interessado irá preencher uma ficha contendo seus dados pessoais. Os futuros doadores também irão assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
A equipe do Hemope estará presente para fazer a coleta de 5ml de sangue venoso de cada doador para realização do exame histocompatibilidade (HLA), um teste de compatibilidade de características genéticas. Os dados pessoais e o resultado do HLA serão inseridos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). A doação só pode ser realizada quando, após exames de compatibilidade genética, houver um paciente com a possível compatibilidade. Neste caso, o possível doador será consultado para decidir sobre a doação.
Para se tornar um doador de medula óssea é necessário: ter entre 18 e 55 anos de idade, estar em bom estado geral de saúde, não ter doença infecciosa ou incapacitante; e não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico. O doador não precisa estar em jejum e pode apresentar peso inferior a 50kg.
O processo pode até parecer simples, mas de acordo com Instituto Nacional de Câncer (INCA), as chances de se encontrar um doador compatível entre irmãos é de 30%, e na população geral do país as chances aumentam de 1 em 100.000 habitantes. Segundo o professor do Colegiado de Ciências Biológicas Diego César Nunes da Silva, esta difícil compatibilidade genética se dá pela miscigenação da sociedade brasileira. “A nossa sociedade é muito miscigenada, o que do ponto de vista genético dificulta a compatibilidade entre os indivíduos”, conta. O professor diz que é importante a sociedade se engajar em ações de cadastro de medula óssea para que seja possível aumentar o número de pessoas compatíveis. “É fundamental a participação das pessoas, pois dependemos da sociedade para salvar vidas”, finaliza ele.