Apontado como o chefe do Escritório do Crime, o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega morreu em um confronto com policiais militares na manhã deste domingo (9), na zona rural da cidade de Esplanada (BA). Contra ele, havia um mandado de prisão expedido em janeiro de 2019.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), o ex-policial militar do Rio de Janeiro passou a ser monitorado por equipes do órgão, após informações de que ele teria buscado esconderijo na Bahia.
Inicialmente, a SSP-BA afirmou em nota que Adriano era suspeito de envolvimento no assassinato de Marielle Franco e do motorista Pedro Gomes, em março de 2018. O nome do miliciano, no entanto, não consta do inquérito que investiga a morte da vereadora.
De acordo com a SSP-BA, Adriano Magalhães da Nóbrega foi localizado por equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte e da Superintendência de Inteligência (SI) da Secretaria da Segurança Pública em um imóvel.
A operação de localização do suspeito foi uma ação conjunta da Secretaria de Segurança Pública da Bahia e da Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro (Sepol).
Segundo a Sepol, Adriano da Nóbrega era investigado pelo setor de inteligência do órgão e pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público havia um ano. Ao longo deste tempo, os agentes o monitoravam e chegaram ao paradeiro do ex-policial militar, na Bahia.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que no momento do cumprimento do mandado de prisão o suspeito resistiu com disparos de arma de fogo e terminou ferido. Ele chegou a ser socorrido e levado para um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos.
Os policiais apreenderam com o foragido uma pistola austríaca calibre 9mm. Dentro do imóvel, as equipes encontraram mais três armas.
Adriano estava foragido há mais de um ano, após a Operação Intocáveis. Na ocasião, cinco foram presos acusados de grilagem de terra, agiotagem e pagamento de propina em Rio das Pedras, Zona Oeste.
Em nota, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), ao qual Marielle era filiada, disse que exige esclarecimentos sobre as circunstâncias da morte do miliciano. A sigla afirmou ainda que, através de sua Executiva Nacional, de sua direção regional Bahia e de parlamentares, vai solicitar uma audiência com a SSP-BA para obter mais informações, uma vez que Adriano da Nóbrega era peça chave para revelar os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson.
O PSOL também informou que vai avaliar medidas que envolvam autoridades nacionais e segue exigindo respostas e transparência para pôr fim à impunidade.
Com informações do G1-BA