Com alta na conta de luz, cresce a procura por instalação de energia solar residencial

O aumento na conta de luz dos brasileiros este ano – que já chega a 25%, principalmente por causa da crise hídrica – deu um impulso extra à energia solar residencial. A capacidade de geração de painéis instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos saltou de 4,7 gigawatts (GW) em janeiro para 7,3 GW no início de novembro, uma alta de 53%. Essa potência equivale a pouco mais da metade da capacidade de geração da usina de Itaipu (14 GW).

No total, a capacidade de geração solar no Brasil atingiu 12 GW na semana passada, incluindo tanto os projetos residenciais quanto as usinas de grande porte. Isso equivale a pouco menos de 7% de toda a capacidade de geração de energia brasileira, de 180 GW. “A evolução confirma que os consumidores tomam consciência da necessidade de buscar soluções sustentáveis para enfrentar as elevadas tarifas de energia e as mudanças climáticas”, diz Rodolfo Meyer, presidente do Portal Solar, empresa parte do Grupo Votorantim e responsável pelo levantamento.

As estimativas são de que a adoção da energia solar reduza as contas de luz em ao menos 50%, podendo chegar a 90% em alguns casos. Apesar de o investimento nas placas não ser baixo (um projeto básico completo sai por volta de R$ 15 mil), ele acaba se pagando em cinco anos, em média.

Por isso mesmo, a expectativa é de que o crescimento desse segmento siga em aceleração, já que as tarifas de energia devem continuar subindo no ano que vem. A projeção da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), conforme informou o Estadão, é que as contas tenham um aumento médio de 21,04% em 2022. “Estamos em crescimento acelerado. Para 2022, nem mesmo a elevação dos preços dos equipamentos deverá parar a energia solar no Brasil”, diz Meyer.

Investimentos

De acordo com a Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar), essa fonte de energia já trouxe ao Brasil mais de R$ 60 bilhões em novos investimentos desde 2012. “As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços de até 10% ao das termelétricas ou da energia elétrica importada de países vizinhos”, diz o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia.

Segundo a associação, desde 2012 a geração solar evitou a emissão de 13,6 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade. Atualmente, as usinas solares de grande porte são a sexta maior fonte de geração do Brasil.

Sauaia destaca que, além de reduzir a conta de luz, a energia solar pode ser instalada com mais rapidez. “Basta um dia de instalação para transformar uma residência ou empresa em uma pequena usina geradora de eletricidade limpa, renovável e acessível”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.