No primeiro Carnaval após dois anos sem folia, a Polícia Rodoviária Federal inicia nesta sexta-feira a Operação Carnaval 2023, diante de novos cenários e desafios impostos pelo maior feriado brasileiro, represado desde 2021 por restrições sanitárias.
De zero hora de sexta-feira (17/02) às 23h59 do dia 22 de fevereiro (Quarta-feira de Cinzas), toda a força de trabalho da PRF estará empenhada no monitoramento e fiscalização dos 75 mil quilômetros da malha federal, com foco na segurança viária e com atenção permanente e redobrada nas infrações responsáveis pelos acidentes mais letais, como excesso de velocidade, ultrapassagens proibidas e a mistura álcool e direção.
A expectativa da PRF é de enorme movimento nos corredores rodoviários que levam aos destinos preferidos nesta época, como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina, Bahia, Pernambuco, Paraíba e Ceará. Mas não só a faixa litorânea e cidades balneárias atrairão turistas. Também é aguardado fluxo intenso de veículos no sentido oposto. Nas cidades do interior, além de festas tradicionais, muitas pessoas buscam descanso nos dias de folia.
Carnaval ‘pós-pandemia’ – Para o Ministério do Turismo, o Carnaval de 2023 promete ser o maior dos últimos tempos. Após dois anos suspensa, a pasta avalia que a festa deve movimentar cerca de 46 milhões de pessoas nos tradicionais destinos carnavalescos.
O otimismo se reflete, principalmente, no setor hoteleiro. Salvador – um dos principais destinos do carnaval de rua do Nordeste – registra ocupação da rede hoteleira próxima a 100%. Em Pernambuco, Olinda e Recife estão com ocupação de quase 100% e 90%, respectivamente. O Rio de Janeiro (RJ) já atingiu lotação máxima no Carnaval, enquanto em Fortaleza (CE), os hotéis apostam na ocupação de 80% dos quartos.
Toda essa conjuntura favorece as viagens rodoviárias, tanto de grupos familiares e de amigos, quanto viagens interestaduais de ônibus. Para a Abrati (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros), que representa a maior parte dos operadores regulares do transporte rodoviário no país, a demanda já superou as projeções para o carnaval. Tanto que o aumento de 30% na oferta de horários extras não foi suficiente, e empresas avaliam a disponibilização de mais horários de partidas. Para destinos com maior relevância, as transportadoras chegam a oferecer 50% mais serviços que no ano de 2020 – último carnaval sem restrições.
Isso representa entre 7% e 10% de acréscimo na frota de ônibus, pois as empresas também trabalham com a opção de remanejamento de veículos de linhas menos procuradas, para aquelas de maior demanda.
Somada ao tráfego intenso, outra preocupação da PRF é com o número de motoristas com pouca ou nenhuma experiência no trânsito rodoviário, que tem características bastante diferentes do urbano. A apreensão deriva da constatação do aumento significativo, nas BRs, de acidentes comuns no trânsito das cidades, como colisão traseira, que indica falta de atenção e não guardar distância do veículo à frente, e saídas de pista, geralmente provocadas pelo excesso de velocidade.
“Dirigir na rodovia é muito diferente do que dirigir na cidade. A começar pelas velocidades. No ambiente urbano, dificilmente você faz uma curva a 80 km/h. Na cidade, os veículos estão separados, muitas vezes, por três, cinco metros de distância. Os trajetos são curtos, repletos de interrupções, como semáforos, faixas de pedestres e cruzamentos. E automóveis e motos não dividem a pista com veículos que pesam 60 toneladas. Se o motorista pegar estrada trazendo os hábitos e vícios do trânsito urbano, estará certamente sujeito a acidentes”, explica o Diretor de Operações da Polícia Rodoviária Federal, inspetor Marcus Vinícius de Almeida.
De acordo com o Setor de Estatística da PRF, no Carnaval de 2022 as cinco principais causas dos acidentes registrados em BRs foram: