Ampliando os canais de diálogos sobre a importância de um movimento nacional de combate ao feminicídio, equipe do Instituto Banco Vermelho cumpriu agenda nesta semana em Brasília, em encontros direcionados para o tema. Por meio de articulação da deputada federal pernambucana Maria Arraes (SD-PE), a diretoria do projeto foi recebida por Cida Gonçalves, ministra das Mulheres. Na ocasião, foi pontuada a importância da união de forças para a realização de plano nacional de enfrentamento e de conscientização sobre violência contra a mulher.
Com o enfrentamento ao feminicídio entre as prioridades do seu mandato, Maria Arraes ainda apresentou à ministra Cida Gonçalves o projeto de lei 147/2024, de sua autoria, que prevê a inserção do Banco Vermelho no âmbito do Agosto Lilás e o estímulo a campanhas de sensibilização e prevenção. “A instalação dos bancos vermelhos em locais públicos contribui para promover a reflexão da sociedade, além de fornecer meios de informação para que a pessoa possa identificar os sinais de violência, obter apoio e acesso aos canais de denúncia”, ressaltou Maria Arraes.
Entusiasmada com o projeto, Cida Gonçalves afirmou que o Ministério das Mulheres fornecerá todo o suporte necessário para que ele seja aprovado e se comprometeu a tratar da pauta na próxima reunião ministerial. “Nós estamos trabalhando numa perspectiva de alcançar o feminicídio zero no País”, assegurou.
Destacando que o movimento é um convite à sociedade para a necessidade de novos comportamentos diante da figura feminina, propondo a quebra de ciclos históricos da violação dos direitos das mulheres, enraizada em séculos de dominação masculina, Andrea Rodrigues, presidente do Instituto Banco Vermelho, pontuou que o tema se trata de uma causa de todos, enquanto sociedade. “O Instituto está totalmente alinhado com o plano desenvolvido pelo Ministério da Mulher, que visa estabelecer a meta do Feminicídio Zero. Falar sobre o tema através da ocupação urbana é fundamental para reduzirmos os números alarmantes desse crime no nosso país”, pontuou Andrea.
O propósito e as frentes de trabalho do Instituto Banco Vermelho também foram apresentados para as senadoras Teresa Leitão e Augusta Brito, esta última presidente da Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher; para a coordenadora da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, deputada federal Benedita da Silva; para a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; para o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula; e para a deputada federal Iza Arruda.
O Banco Vermelho é um movimento internacional, que já abrange países como Espanha, Áustria, Austrália e Argentina, ensejando ações culturais e educativas voltadas a prevenir e enfrentar a violência de gênero entre os mais diversos públicos. “É hora de levantar e agir! A mudança de comportamento e a realização de iniciativas efetivas de prevenção são os caminhos para evitarmos que mulheres percam suas vidas e se tornem números em estatísticas’’, enfatizou a diretora executiva do Instituto Banco Vermelho, Paula Limongi.
BANCO VERMELHO – As iniciativas no Brasil contam com a chancela do Stati Generali Delle Donne, uma coordenação permanente de enfrentamento contra a violência contra a mulher, que iniciou o projeto em 2016, na Itália. O projeto iniciou suas iniciativas no país por meio das instalações em espaços públicos no Recife-PE, tendo como marco o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher (25.11). Atualmente, o projeto contabiliza 25 unidades (bancos vermelhos), distribuídas em diversas regiões da capital pernambucana.