Venda de pitaya em Juazeiro: comercialização no Ceasa chega 5,5 mil kg por mês

A comercialização de pitaya em Juazeiro, no sertão baiano, está vivendo um período de expansão. A venda ganhou força no ano passado, quando a Central de Abastecimento (Ceasa) da região passou a registrar dias de alto volume, com venda de até 100 caixas de pitayas com 20 quilos.

Em 2024 – quando a Autarquia Municipal de Abastecimento (AMA) passou a incluir a fruta em seus registros oficiais, foi contabilizada uma média de 3 mil quilos de pitaya vendidos por mês. Já neste ano, até fevereiro, o número subiu para 5.500 mil quilos mensais. A expectativa é de que aumente ainda mais.

De acordo com o engenheiro agrônomo da AMA, Luciano Monteiro, desde janeiro do ano passado, a instituição tem visto o volume de vendas aumentar, embora ainda seja pequeno em comparação com outros cultivos.

O preço médio do quilo da fruta em Juazeiro varia entre R$15,00 a R$20,00. Além disso, a maior parte das unidades vai para os mercados locais, mas os produtos também são encaminhados para todos os nove estados do Nordeste, além de regiões como Tocantins.

Segundo Monteiro, a alta nas vendas decorre da maior busca por parte dos consumidores. Parte disso, de acordo com o especialista, se dá pela ampliação do acesso às informações sobre a fruta, que tem chamado a atenção pelo sabor e boas taxas de vitaminas.

Outro fator que contribui para isso é o fato de que, até então, a também chamada “fruta-dragão” só era produzida em épocas específicas do ano. No entanto, com novas tecnologias trazidas de outros países, os produtores passaram a conseguir colher o ano inteiro. Entre eles, está Francisco Granja, que tem estudado novas técnicas vindas do Vietnã.

O agricultor planta pitaya há cinco anos e, atualmente, comercializa a fruta no Mercado do Produtor de Juazeiro. Com uma lavoura cercada por cerca de três mil pés da fruta, ele explica que, no começo, enfrentou desafios, pois poucas pessoas estavam interessadas no produto. Já hoje, ele planeja dobrar o tamanho da produção. “A cada dia, a procura aumenta. Por isso, me arrependo de ter plantado poucos pés. Mas, agora, estou querendo retirar uma área onde planto uva e substituir pela pitaya”, comentou.

O produtor diz que a cultura se adapta bem ao solo e clima da região. Além disso, é de fácil manejo e de produção sustentável, não se fazendo necessário o uso de agrotóxicos em suas plantações.

No ano passado, a fruta chegava a custar R$40,00 por quilo, agora, o valor caiu mais da metade. Por isso, o permissionário do Ceasa, Antônio Ceará, tem previsões positivas: “Com a comercialização crescendo, no futuro ela ficará ainda mais barata”, ressalta.

Antônio, que vende diversas variedades de frutas, destaca que a pitaya é a terceira mais procurada pelos seus clientes atualmente, perdendo apenas para manga e melão. Ele relata que já chegou a vender até três mil quilos do produto em 15 dias. Não à toa, o comércio lhe rendeu o apelido de “Tony Pitaya”. Entusiasmado, ele destaca: “é um produto extraordinário e que chegou no mercado para ficar”.

A fruta

Chamada de “fruta-dragão”, a pitaya é rica nas vitaminas B1, B2, B3, C e diversos minerais como o ferro, cálcio e fósforo. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Cerrados, a produção está concentrada nas regiões sudeste e sul, com mais de 80% da produção brasileira.

Ainda segundo a instituição, em 2021, o custo de implantação de 1 hectare de pitaya era próximo de R$60 mil. O retorno desse investimento e um bom lucro podem ser obtidos a partir do terceiro ano, diz a Embrapa. Também, a maior rentabilidade está relacionada à produtividade do pomar, qualidade dos frutos e melhor preço obtido na comercialização.