As vestes brancas do Cortejo Afro tomaram conta do Polo Canta Coração (Praça 21 de Setembro), neste sábado, 1º de março. Este ano, o desfile dos povos de terreiro voltou a chamar atenção para o tema do respeito às religiões de matriz africana. Abençoando a primeira noite do carnaval oficial de Petrolina, o grupo formado por cerca de 200 membros apresentou aos foliões a riqueza cultural e força da ancestralidade do povo negro.

À frente da organização do cortejo, o artista Antônio Matos ressaltou a importância da presença desse tipo de manifestação cultural em eventos como o carnaval de rua. “O carnaval tem o dever de garantir a todos a alegria, mas não só isso. Tem também o dever de garantir aos povos de terreiro e os povos de matriz africana o direito de expressão e a sociedade, o direito de apreciação. A sociedade tem o direito de conhecer o axé e entender que o povo de terreiro é um povo descente, é um povo direito. Então, o Cortejo Afro adentrar e abrir o Carnaval de Petrolina é, sobretudo, a gestão garantir o direito de expressão desses povos que são 100% cultural”. Este ano o artista prestou uma homenagem ao orixá Exu.

Embalados pelos agogôs, o grupo abençoou com muita água de cheiro e alfazema o público que parou para assistir e reverenciar a passagem do cortejo. Além dos povos de terreiro, o grupo de capoeira Kwanza também integrou o desfile. O cortejo foi finalizado na Avenida Cardoso de Sá.

———
Texto: Adailma Gomes