O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), anunciou a nomeação de 1 mil candidatos aprovados no último concurso da Polícia Federal, realizado em 2018. A notícia foi divulgada nesta quinta-feira (11/4), durante a cerimônia de balanço das ações governamentais nos primeiros 100 dias de gestão.
Lorenzoni afirmou que a medida faz parte de uma ação de combate à criminalidade e corrupção, junto ao pacote anticrime de Sergio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública. “Está aí ajustado o aproveitamento de mil novos policiais federais que foram aprovados em concurso público e que estão em fase de reforçar a nossa Polícia Federal no que diz respeito ao combate ao crime organizado e à corrupção”, disse Lorenzoni.
O certame ofereceu 500 vagas para cargos de nível superior, além de cadastro de reserva. Entre as oportunidades, 150 para delegados, 60 destinadas ao posto de perito criminal federal, 80 referentes ao cargo de escrivão, 30 de papiloscopista e 180 de agente.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, enviou o pedido de contratação na semana passada ao Ministério da Economia para análise orçamentária. A medida deve ser autorizada pelo chefe da pasta, Paulo Gudes. A intenção do governo é que os agentes assumam seus cargos ainda em 2019.
Ao todo, cerca de 2 mil candidatos aguardam convocação, segundo dados da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). São delegados, agentes, escrivães, papiloscopistas e peritos.
O principal impedimento para a convocação era o orçamento, que exige um rearranjo para efetivar as contratações. Contudo, após análise de técnicos do Ministério da Economia, ficou concluído que o impacto seria menor ao abrir uma turma de convocação do que iniciar uma nova seleção.
Luciano Leiro, vice-presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), considera o anúncio como “excepcional”, mas cobra outros investimentos. “Precisamos que novos concursos sejam programados, pois o déficit atual no quadro da Polícia Federal é de quase 4,5 mil policiais”, destaca.
Para ele, o serviço prestado pela PF à população justifica o gasto. “É preciso entender que qualquer aporte financeiro na Polícia Federal não é gasto, e sim investimento com retorno. Só em 2018, as operações da PF evitaram um prejuízo de R$ 11 bilhões”, conclui.
A nomeação dos candidatos já era aguardada. Em fevereiro deste ano, o presidente da ADPF, Edvandir Pereira, publicou um vídeo nas redes sociais falando sobre o assunto.
Ele destacou que o Ministério da Justiça e a Polícia Federal trabalhavam para aprovar orçamento e, assim, chamarem 500 aprovados em junho deste ano e outros 500 no primeiro semestre de 2020.