O presidente Jair Bolsonaro, diante da repercussão negativa após sua fala preconceituosa contra os nordestinos, tentou se justificar neste domingo (21) com uma postagem no Twitter. O capitão da reserva, no entanto, fingiu que não utilizou o termo “paraíba” de forma pejorativa e aproveitou para atacar o general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva.
“‘Daqueles GOVERNADORES… o pior é o do Maranhão’. Foi o que falei reservadamente para um ministro. NENHUMA crítica ao povo nordestino, meus irmãos. Mas o melhor de tudo foi ver um único general, Luiz Rocha Paiva, se aliar ao PCdoB de Flávio Dino, p/ me chamar de antipatriótico”, escreveu Bolsonaro, mentindo sobre a verdadeira declaração, dada em um café da manhã com jornalistas na sexta-feira (19), que foi: “Daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão”.
Na tentativa de se justificar pelo Twitter, o presidente prosseguiu: “Sem querer descobrimos um melancia, defensor da Guerrilha do Araguaia, em pleno século XXI”.
"Daqueles GOVERNADORES… o pior é o do Maranhão". Foi o que falei reservadamente para um ministro. NENHUMA crítica ao povo nordestino, meus irmãos. Mas o melhor de tudo foi ver um único general, Luiz Rocha Paiva, se aliar ao PCdoB de Flávio Dino, p/ me chamar de antipatriótico.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 21, 2019
“Melancia” é um termo utilizado nas Forças Armadas, de forma pejorativa, para se referir a militares de esquerda. O verde da casca da melancia faz referência à cor da farda militar, enquanto o vermelho da poupa da fruta faz alusão à cor da bandeira comunista.
O ataque de Bolsonaro contra o general Paiva vem por conta das críticas feitas pelo militar da reserva às declarações preconceituosas do presidente. “Um comentário antipatriótico e incoerente para quem diz ‘Brasil acima de tudo”, disse em entrevista ao Estadão divulgada no sábado (20).
Por: Revista Forum