A presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Kênia Marcelino, participou de audiência pública da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas do Congresso Nacional. O tema do encontro foi A crise hídrica na Região do Vale do São Francisco e o reservatório da barragem de Sobradinho.
Kênia Marcelino expôs aos membros da Comissão o trabalho desenvolvido pela Codevasf para lidar com o cenário de agravamento da escassez hídrica e de risco de desabastecimento de projetos públicos de irrigação mantidos pela empresa na bacia do São Francisco. De acordo com a presidente da Codevasf, mais de R$ 35 milhões foram investidos desde 2015 na instalação de sistemas de bombeamento flutuante – que permitem a captação de água para os projetos de irrigação mesmo com a redução da vazão do rio São Francisco – e em ações de desassoreamento.
“A Codevasf tem dotado seus projetos públicos de irrigação de infraestrutura necessária para captação de água com a redução dos níveis de captação – quer seja ao longo do rio São Francisco quer seja na barragem de Sobradinho”, afirmou. Ela também ressaltou que diante do quadro de escassez, a preocupação deve estar voltada também para o abastecimento humano. “Os municípios também precisam de atenção para a garantia do abastecimento humano. Além disso, dentro dos projetos públicos de irrigação também existem agrovilas, então não estamos falando apenas de abastecimento para produção”, disse.
Com o objetivo de dar segurança ao abastecimento humano, a Codevasf tem realizado diagnósticos e mapeado a necessidade de intervenções como desassoreamentos e perfuração de poços. A atuação da Companhia na bacia do São Francisco cobre mais de 600 mil km², onde vivem cerca de 18,2 milhões de pessoas.
O senador Fernando Bezerra, autor do requerimento que motivou a audiência pública, destacou em uma de suas intervenções o trabalho de implantação de flutuantes realizado pela Codevasf no lago de Sobradinho no fim de 2015. “A Codevasf – e aqui quero mais uma vez registrar o empenho de todos que fazem essa Companhia –, através de investimentos importantes, foi capaz de montar um sistema de flutuantes para poder usar água do volume morto [da barragem de Sobradinho] para evitar o colapso dos perímetros irrigados, que são os principais instrumentos de geração de emprego e renda no submédio São Francisco”, afirmou.
“Independentemente do uso, precisamos ter mais cuidado, mais critério, com o uso da água disponível. Ela pode fazer falta em um futuro bem próximo”, avalia o diretor da Área de Gestão de Empreendimentos de Irrigação, Luís Napoleão Casado, que acompanhou as exposições da audiência pública.
De acordo com representantes da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Agência Nacional de Águas (ANA) presentes na audiência pública, os órgãos trabalham com o cenário de que a barragem de Sobradinho possa esgotar seu volume útil de armazenamento entre os meses de setembro e outubro deste ano. Em novembro de 2016, o nível do reservatório chegou a 6%; atualmente, ele encontra-se em 16%.
Além de Kênia Marcelino, participaram como expositores da audiência pública Luiz Eduardo Barata Ferreira, diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS); João Henrique de Araújo Franklin Neto, diretor de operação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf); Amauri José Bezerra da Silva, presidente do Conselho de Administração do Distrito de Irrigação Nilo Coelho (DINC); e Joaquim Guedes Corrêa Gondim Filho, superintendente de operações e eventos críticos da Agência Nacional de Águas (ANA).
Como representantes da Codevasf, acompanharam as exposições da audiência os assessores da presidência da Companhia Athadeu Ferreira, Eduardo Ribeiro e Diego Pimentel.
Por: ASCOM e Promoção Institucional da Codevasf