O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), rebateu nesta terça-feira (08/10/2019) a declaração do presidente Jair Bolsonaro a um apoiador. Na ocasião, Bolsonaro aconselhou o homem a “esquecer o partido”.
“Como você fala do quintal alheio se o seu quintal está sujo? As candidaturas em Minas Gerais e Pernambuco estão sendo investigadas. Mas o filho do presidente também”, rebateu Waldir.
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) estava sendo investigado sobre suposto esquema de corrupção na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) na época em que era deputado estadual, mas as apurações foram suspensas por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). O caso apura se houve desvio de dinheiro dos salários dos funcionários, a chamada “rachadinha”.
A investigação descobriu movimentações bancárias atípicas do ex-assessor do gabinete de Flávio Fabrício Queiroz. Em um ano, um total estimado em R$ 1,2 milhão transitou pelas contas de Queiroz, segundo o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
A fala de Bolsonaro gerou mal-estar no Congresso. Nos bastidores, partidos da oposição já associam a imagem do chefe do Executivo à do hoje senador Fernando Collor, à época em que era presidente da República pelo PRN, no início dos anos 1990.
“Bolsonaro não está algemado no PSL, não. Aqui não tem ninguém amarrado. Candidatos majoritários, como o presidente, governadores e senadores, têm liberdade para trocar de partido quando quiserem”, acrescentou Waldir.
Na segunda-feira (07/09/2019), o porta-voz do Planalto, Otávio Rêgo Barros, negou que o presidente estivesse avaliando uma “transição de partido” no momento.