Cerca de 20 famílias que se inscreveram no Programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal, mas não foram beneficiadas, resolveram ocupar as unidades e invadiram os imóveis na manhã de segunda-feira (26), em Juazeiro, no norte da Bahia. Eles alegam não ter onde morar. A Guarda Municipal acompanhou a ocupação.
O residencial foi inaugurado na semana passada. Ao todo, são mil moradias que fazem parte do condomínio. Segundo a prefeitura, 887 casas já foram entregues a famílias cadastradas no programa.
A secretária de Desenvolvimento e Igualdade Social de Juazeiro, Lindsai Amaral, diz que a ocupação é ilegal.
“As famílias que estão ocupando indevidamente, se elas estão cadastradas, elas precisam aguardar o proceso de sorteio das unidades que ainda faltam. Quem está ocupando indevidamente precisa desocupar e corre o risco de perder o direito de ser contemplada em outra unidade”, afirma.
A dona de casa Maria do Céu Nascimento foi uma das pessoas que participaram da ocupação. “Eu mandei o menino pegar a chave de fenda e arrombar para eu entrar e fui logo carregando as coisas”, contou. Ela diz não ter para onde levar seus pertences e sua família. “Eu não tenho onde morar, então não vou jogar minhas coisas no meio da rua. Não vou morar debaixo de um pé de pau. Então, vou ficar aqui”, justifica.
A feirante Claudia Patricia Oliveira tem quatro filhos e mora na casa da mãe. Ela já se inscreveu duas vezes no programa e ainda não conseguiu realizar o sonho da casa própria. “Eu quero dar um lar digno para meus filhos. Ter um lugarzinho para eles dormirem dignamente”, diz.
“A gente não está aqui por vandalismo. A gente está aqui porque precisa e tem criança”, completa a dona de casa Camila de Oliveira Moraes.
A Prefeitura de Juazeiro disse que, junto com a Caixa Econômia Federal, já está tomando as providências legais para desocupar os imóveis.
