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A produção familiar de queijo de cabra no projeto público de irrigação Pontal, implantado e gerido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no município de Petrolina, sertão pernambucano, será ampliada e fortalecida. A Queijaria Coletiva, da cooperativa de produtores do perímetro, está sendo estruturada com tanques, balança e outros equipamentos, um investimento de R$ 12 mil oriundo do Orçamento Geral da União e destinado à Codevasf por emenda parlamentar com vistas ao desenvolvimento regional.
A caprinovinocultura leiteira é desenvolvida por um grupo de 16 mulheres que fazem parte da Cooperativa de Desenvolvimento Agropecuário e extrativista do Projeto Pontal (Coopontal). O projeto começou em 2012 com apoio da Codevasf, que forneceu a assistência técnica e extensão rural (Ater) para qualificar o grupo de produtoras para a atividade.
“A assistência técnica prestada pela Codevasf foi importante
porque adquirimos os conhecimentos necessários para a criação de caprinos e orientações para iniciarmos a produção do queijo. Foi um incentivo muito grande da empresa”, ressalta Maria de Lourdes de Menezes Lima, presidente da Coopontal.
Entre os equipamentos agora disponíveis às cooperadas estão tanque de coagulação de leite com capacidade de 100 litros, tanque de higienização de equipamentos com capacidade de 300 litros, uma balança eletrônica com capacidade de 25 kg, lava botas individual, lava mãos individual e bomba sanitária para transporte de leite.
“É uma ação de inclusão produtiva que visa criar alternativas sustentáveis de geração de renda para os produtores situados nos municípios onde a empresa atua. Os equipamentos irão aperfeiçoar o trabalho das cooperadas, impulsionar a produção de queijos – atendendo às exigências sanitárias-, e aumentar a renda das famílias”, destaca o superintendente regional da Codevasf em Petrolina, Aurivalter Cordeiro.
A miniqueijaria foi implantada no prédio de uma antiga escola desativada no município. O produto já possui selo de inspeção sanitária municipal, obedecendo a todos os requisitos de vigilância. Como contrapartida à ação da Codevasf, a Coopontal irá fornecer 60 kg de queijo coalho à Escola Municipal Eduardo Souza, localizada no Povoado de Uruás, zona rural de Petrolina.
“Os queijos produzidos com leite caprino possuem cada vez mais abertura de mercado”, assinala o superintendente da Codevasf em Pernambuco. “Eles têm elevado teor nutricional pois contêm proteínas de alto valor biológico e baixo potencial alergênico. Some-se a isso o fato de que, com o leite de cabra, são produzidos queijos finos e de alto valor agregado – e vale lembrar que esta região hoje se consolida como forte produtora de vinhos, bebida que harmoniza perfeitamente com queijos finos de cabra”, nota.
Ampliação da capacidade
De acordo com o zootecnista Wellington Dias Lopes Júnior, analista de desenvolvimento regional da Codevasf em Pernambuco, os equipamentos irão contribuir para a ampliação da capacidade operacional da queijaria.
“Nas condições atuais, 2 pessoas gastam 9 horas de trabalho para processar 180 kg de leite. Com os novos equipamentos, esse tempo poderá ser reduzido à metade, ou seja, para 4 horas e meia. A redução do tempo gasto impactará significativamente no custo de produção do kg de queijo”, destaca Wellington Dias, que também é doutor em qualidade do leite pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Na queijaria trabalham quatro mulheres que controlam a demanda de sete fornecedores de leite e fazem o beneficiamento. No local, o queijo é produzido, embalado e armazenado, até ser comercializado também pela cooperativa. Maria de Lourdes de Menezes Lima afirma que os equipamentos representam uma melhoria importante para as famílias das cooperadas.
“É mais um incentivo da Codevasf que vai aumentar a nossa produção e reduzir nossas despesas com maquinário, além de incentivar ainda mais os produtores”, afirma.
Melhoramento genético
Outra vertente de ação da Codevasf para fortalecer o trabalho da Coopontal é o apoio à estruturação da caprinovinocultura de corte por meio do melhoramento genético em rebanhos caprinos e ovinos. No ano passado, os produtores da Coopontal receberam da Codevasf reprodutores caprinos e ovinos das raças dorper e boer, um investimento de R$ 3,7 mil oriundo do governo federal.
“Essa ação possibilitou a que os animais adquiridos fossem inseridos em forma de rodízio nos rebanhos da cooperativa, e os resultados já começaram a aparecer”, ressalta o zootecnista da Codevasf. “Os reprodutores que nós recebemos da Codevasf melhoraram muito a genética dos nossos animais. Em diversos rebanhos já podemos verificar animais melhorados”, completa a presidente da Coopontal.
O fortalecimento da produção familiar em áreas rurais afetadas pelas estiagens integra as ações de inclusão produtiva da Codevasf, nas quais foram investidos, nos últimos quatro anos, cerca de R$ 150 milhões. Além da caprinovinocultura, esta vertente de ações engloba também apicultura, piscicultura, bovinocultura, fruticultura, entre outras.
O Pontal
O projeto público Pontal é composto de uma área irrigável e uma área de sequeiro, denominada Pontal Sequeiro. Ele tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento da região semiárida por meio da agricultura dentro de um conceito de sustentabilidade ambiental que incorpora os sistemas irrigado e de sequeiro ao processo produtivo. Pretende ainda elevar a produção e a produtividade das safras agrícolas, gerando renda, aumento da oferta de alimentos e propiciando a abertura de empregos diretos e indiretos.
A área irrigável do Pontal, de 7.862 hectares, segue o modelo de Concessão de Direito Real de Uso (CDRU), ou seja, com uma empresa âncora, selecionada por licitação, produzindo e integrando os agricultores familiares da região. O diferencial no novo modelo de irrigação na região do Vale do São Francisco em Pernambuco, o Pontal Sequeiro, contempla mais de 100 produtores que receberam lotes com tomada d’água.
Na área do Pontal Sequeiro já existe, além da queijaria, uma área de extrativismo de umbu, onde as agricultoras produzem geleia, mousse e polpa de umbu, além de praticar caprinovinocultura. Para esta atividade, foi disponibilizada uma área denominada de pulmões verdes. Nela, a forragem é produzida com uso de irrigação e destinada aos produtores da área de sequeiro. Isso garante que os animais não dependam de chuva para comer.
https://www.flickr.com/photos/codevasf/sets/72157672767330281
Por: Assessoria de Comunicação e Promoção Institucional da Codevasf
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