FHC e Lula se encontram em São Paulo

Em entrevista ao jornalista Bernardo Mello Franco, do jornal O Globo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) falou sobre seu encontro com o ex-presidente Lula (PT), nesta sexta-feira (21). A última vez que ambos estiveram juntos foi em 2017, quando o tucano foi prestar apoio ao petista em um hospital após a confirmação da morte da ex-primeira-dama, Dona Marisa Letícia.

Antes da entrevista, FHC já havia ido às redes sociais para “esclarecer” a aproximação com Lula, visto que o presidente de seu partido, Bruno Araújo, e outros correligionários, como o deputado federal Aécio Neves, criticaram a iniciativa.

“Foi um gesto de civilidade. Minha mensagem é: podemos vir a ser adversários, mas não precisamos ser inimigos nem jogar pedras um no outro”, disse o ex-presidente tucano.

Segundo FHC, apesar de ele ter ido conversar com Lula “sem nenhum propósito eleitoral” e mesmo afirmando que no encontro não foi discutida a chamada “frente ampla” contra Jair Bolsonaro, o ex-mandatário defende a união de forças.

“Ninguém falou disso [frente ampla], mas sou a favor de que juntemos forças. Em política, não se pode subestimar o adversário. Bolsonaro tem apoios na sociedade. Se fragmentar muito, ele pode vencer”, declarou.

Em outro momento da entrevista FHC ainda disse que nunca rompeu com Lula. “A vida leva a gente a posições diferentes. Mas é importante manter a civilidade e conversar”, pontuou.

O tucano ainda reforçou que apoiará o candidato do PSDB no primeiro turno da eleição presidencial e demonstrou preferência pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Antes, pelas redes sociais, ele já havia dito o mesmo, mas voltou a afirmar que, se o segundo turno for entre Bolsonaro e Lula, vai com o petista.

Pelas redes sociais, Lula afirmou que eles tiveram “uma longa conversa sobre o Brasil, sobre nossa democracia, e o descaso do governo Bolsonaro no enfrentamento da pandemia”.