Logo no primeiro horário da manhã deste domingo (2), o gibão e o chapéu de couro, trajes típicos do vaqueiro, já podiam ser vistos nas ruas de Petrolina. Em pouco tempo, centenas de homens e mulheres de todas as idades montados a cavalo se concentravam nas imediações do Estádio Paulo Coelho para a celebração de uma das mais originais tradições do petrolinense. Em cortejo, os vaqueiros cavalgaram até a Orla de Petrolina sob aplausos da população em devoção à cultura nordestina. Na beira do Rio São Francisco, a vaqueirama participou da 80ª edição da Missa do Vaqueiro, evento que encerra o ciclo junino de Petrolina.
O ritual marca uma relação de fé e tradição que acontece desde 1941 no município e atrai milhares de pessoas. Após a cavalgada, do estádio até a orla, a vaqueirama se emocionou ao som de orações cantadas, como a Ave Maria Sertaneja, que contam a história de luta do homem e da mulher do sertão. A missa, momento de agradecimento pelas bênçãos recebidas, foi celebrada pelo padre José Guimarães e teve a participação do Terço dos Homens da Cohab Massangano, dos aboiadores Edvaldo e Jocélio Vaqueiro, de Zezinho do Violão, Quinteto Violado e André Mendes.
Montado a cavalo e acompanhando o cortejo de perto, o prefeito Simão Durando destacou a importância da celebração. “Esse é um dos eventos mais bonitos e emocionantes de Petrolina. É uma festa que carrega muita história, a mais antiga Missa do Vaqueiro de Pernambuco. Esses homens e mulheres ajudaram a moldar a nossa cultura, identidade social e todos os anos se reúnem para agradecer a Deus e fortalecer nossas tradições. Encerramos com chave de ouro e com as bençãos de Deus um ciclo junino que foi um sucesso”, frisou.
Na noite anterior, os vaqueiros e vaqueiras participaram do tradicional Forró da Espora. O evento reuniu um público de 5 mil pessoas de mais de 40 localidades. O Forró da Espora e a Missa do Vaqueiro são realizados pela Prefeitura de Petrolina em parceria com a Associação dos Vaqueiros de Cristália. As duas celebrações concluem um conjunto de festividades que iniciaram em abril, com a Exporajada. O ciclo junino de Petrolina contou ainda com o São João dos Bairros, Jecana, concursos de quadrilhas, violeiros e sanfoneiros; a Festa de Santo Antônio, na Ilha do Massangano; a Vaquejada; e o aniversário da Tapera. O ponto alto foram as nove noites de São João no Pátio Ana das Carrancas. A estimativa é que o ciclo junino tenha reunido mais 900 mil petrolinenses e turistas.
Fotos: Erlan Alexandre/ Devid Menezes