Se no último show do Palco Pop a plateia enlouqueceu ao, finalmente, ver o cantor Johnny Hooker se apresentando no festival pela primeira vez, o público da Praça Cultural Mestre Dominguinhos, que atingiu proporções nunca antes vistas, lotando a esplanada antes mesmo da atração principal começar, atingiu o nirvana ao, mais uma vez, ver atrações queridas de volta à terra da Garoa.
No último sábado (25), a cantora Andrea Amorim, natural de Garanhuns e já íntima do palco principal do FIG, foi a responsável pela abertura da festa, seguida pelos recifenses da Bonsucesso Samba Clube e da Mombojó, que animaram as mais de 65 mil pessoas presentes, um público recorde.
“O FIG pegou a gente bem no comecinho da carreira, de modo que só com fotos e vídeos de nossos shows por aqui já dá pra ter uma ideia da linha evolutiva da banda, das mudanças naturais em nosso perfil e sonoridade”, contou Felipe S, vocalista do Mombojó, que já se apresentou também no Palco Pop e com o projeto Del Rey no palco principal da praça, mas pela primeira vez na noite de encerramento.
Lançando o último disco da banda, “Alexandre”, os garotos de Recife foram responsáveis por agitar a praça com fãs que, espremidos, cantavam os novos sucessos e pediam clássicos como “Deixe-se acreditar” e “Casa caiada”, que também fizeram parte da apresentação. “Esse disco está nos proporcionando um bom momento, nos permitindo tocar em festivais grandes, a exemplo do Rec-Beat, do Festival MPB e do Lollapalooza. Quando a gente lança algo novo, é normal que as pessoas fiquem mais observando que dançando, mas é um processo natural, que faz com que as músicas sejam notadas por fãs que não são os nossos. O resultado tem sido muito bacana e esse é o melhor momento para tocarmos para tanta gente”, comemorou Felipe.
Assim como a atração principal do Palco Pop, o Mombojó foi responsável por mostrar que santo de casa faz milagre sim. A cada ano que a banda vem, segundo o vocalista, o público é mais receptivo ao cenário da música pernambucana, a exemplo, ainda nessa edição, da banda Eddie e da própria Bonsucesso. “Essa é uma ótima receita para tempos de crise, em que todo mundo tem medo de investir em qualquer coisa. Pernambuco tem mostrado sua força nesse momento, realizando festivais como esse, que reafirmam a qualidade das bandas locais e nos auxiliam a seguir um caminho autossustentável. A produtividade pode existir, mas se não houver onde escoar, não há como a cena continuar”, completou.
Para encerrar, uma multidão que mal conseguia se mexer, formada por filas que percorriam as ruas próximas a esplanada, desafiou as leis físicas e não parou de pular um minuto após o início do show da Capital Inicial, que cantou seus grandes sucessos, já conhecidos dos garanhuenses e de todos os fieis visitantes do festival – mas, nem por isso, menos empolgantes. Por mais um ano, o evento se consagrou, atraindo visitantes de diversos lugares da América Latina, todos com um único objetivo: festejar a cultura popular, pernambucana e nacional.