
Comissão especial: Antes da aprovação do projeto, os senadores rejeitaram enviar para uma comissão especial a proposta de José Serra. Nesta terça, parlamentares solicitaram a Renan Calheiros (PMDB-AL) que o projeto fosse retirado de pauta para que houvesse mais tempo de analisar da matéria. Após o apelo dos senadores, um requerimento para retirar a urgência do texto – o que dá prioridade ao projeto sobre outras matérias – chegou a ser aprovado simbolicamente (quando não há contagem de votos), mas foi rejeitado em votação numérica. “Presidente, esse tema é um tema muitíssimo importante. Eu, quando falo isso, é porque tenho interesse no tema, eu quero discutir aprofundadamente. Não dá para ser no dia de hoje. Na semana passada, houve um debate aqui, que foi uma tarde inteira onde 20, 20 e tantos senadores falaram nesse sentido. Então, queria apelar a Vossa Excelência: não dá para votar”, disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
Maioridade penal: A aprovação da mudança no ECA ocorre em meio à polêmica da votação na Câmara da proposta de emenda constitucional (PEC) que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal, criticada por diversos senadores. Na Câmara, os deputados aprovaram proposta de emenda à Constituição na qual os jovens com 16 anos ou mais que cometerem crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte responderão criminalmente, como adultos. A proposta ainda passará por outro turno de votação na Câmara antes de ser enviada para análise, também em dois turnos, no Senado. Apesar de ter contado com a maioria dos votos na Câmara, o clima entre os senadores é de rejeição à proposta. A tendência, portanto, é que o projeto seja amplamente discutido em uma comissão especial, que deve ser criada após proposta do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), antes de ser submetido à votação na Casa.