Cerimônia do domingo (28) atraiu mais de mil vaqueiros à Orla de Petrolina.
Missa acontece há 74 anos na cidade.
A tradicional Missa do Vaqueiro, realizada em Petrolina levou a cultura dos aboios às ruas da cidade. O evento acontece há 74 anos e, desta vez, a missa foi dedicada ao radialista Carlos Augusto, criador da Jecana Oficial do Brasil e divulgador da cultura nordestina, que morreu há três meses.
Trajando couro e com cavalos ornamentados, os vaqueiros partiram do Pátio de Eventos Ana das Carrancas por volta das 10h do domingo (28) e percorreram cerca de oito quilômetros até a chegada na orla da cidade. No local, os participantes foram recebidos pelo coral de aboiadores de Serrita, município do Sertão nordestino que também mantém a tradição do vaqueiro.
Antes do início da cerimônia, um dos organizadores, Domingos Sávio Brandão, o “Sivuca”, comentou sobre a expectativa para a Missa. “Temos aqui mais de mil vaqueiros que vieram prestar homenagens à Carlos Augusto. Ficamos muito felizes de poder dedicar a ele este momento e também temos a consciência de que é uma responsabilidade muito grande, mas a gente vai conseguir fazer uma homenagem bonita”, declarou.
A Missa foi celebrada pelo padre José Guimarães que estava trajado com peças de couro. “Essa cerimônia, que é tradicional, representa a esperança do homem do campo. Da mesma forma que a ela foi idealizada para agradecer a cura de um vaqueiro que se feriu no trabalho, nós vemos essa missa como a representação da ânsia do vaqueiro pela superação das adversidades”, contou o padre.
Durante a pregação, o religioso ainda fez uma declaração emocionada sobre o homenageado. “Carlos Augusto não morreu. Ele se eternizou nos nossos corações”, exclamou. Quem também estava com lágrimas nos olhos era Virgílio Antônio Santana, conhecido carinhosamente como “Vovô Vaqueiro”, ao lembrar dos mais de 40 anos que participa do evento. “É uma festa bonita que homenageia o locutor Carlos Augusto. Além de agradecer, a gente pede a Deus que não deixe essa festa acabar”, disse.