Categoria acredita ser presa fácil para bandidos por terem identificação.
Polícia afirma que aumentou abordagens a passageiros e condutores.
Após os assaltos ocorridos com os mototaxistas em Petrolina a categoria teme ser alvo dos bandidos. A insegurança em transportar pessoas desconhecidas faz com que alguns deles manifestem-se pedindo que a polícia reforce abordagens não apenas ao motociclista, mas também ao passageiro.
De acordo com o Sindicato dos Motociclistas Profissionais de Petrolina (Sinpropet), no Sertão pernambucano, já foram registrados no município oito crimes contra mototaxistas. “Eu mesmo já fui vítima de assalto. Fiquei só de cueca”, afirmou o representante do Sinpropet, José Vicente Barbosa.
Além de objetivar assaltos, os mototaxistas estão sendo utilizados para trasportar drogas e outros produtos ilícitos. O representante do sindicato afirma que já está realizando um treinamento com a categoria para que desconfie quando, por exemplo, o passageiro mudar o trajeto durante o percurso.
“Acredito que a escolha pelo mototaxista seja por sermos uma presa mais fácil, pois temos uma identificação e estamos em um ponto estratégico. Existe a vantagem em chamar e ser levado para qualquer destino”, destacou o representante da categoria.
José Vicente afirma que já entrou em contato com a Polícia Militar para que sejam intensificadas as abordagens aos mototaxistas, assim como aos passageiros. “A gente nunca sabe o que os passageiros carregam, pois infelizmente não podemos abordar o cliente antes de conduzi-lo”, disse. Em Petrolina, esse tipo de transporte está legalizado há, pelo menos, quatro anos e atualmente 964 trabalham de forma legal, segundo a categoria.
O G1 entrou em contato com o comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar de Petrolina (5º BPM), Isaac Guerra, e foi informado que o número de abordagens aumentou a motociclistas, principalmente à mototaxistas, não apenas ao condutor, mas ao passageiro. “Abordamos muito mais motos hoje em dia. Já encontramos drogas e armas tanto com passageiro, quanto com o próprio condutor da moto”, disse o comandante.
Segundo Isaac Guerra, na categoria de mototaxistas também há trabalhadores que contribuem com o crime. “Na última semana encontramos o autor de um assalto a uma loja e era um mototaxista. Não que o sindicato tenha ciência disso, mas algumas pessoas, principalmente egressos do sistema prisional, se aproveitam para fazer coisas erradas sendo mototaxistas”, completou.