De acordo com cientistas, isso acontece porque a droga altera o formato do hipocampo, uma região do cérebro importante para a memória de longo prazo.
Adolescentes que fumam maconha diariamente por pelo menos três anos sofrem de perda de memória, mesmo depois de parar de fumar. De acordo com cientistas, isso acontece porque a droga altera o formato do hipocampo, uma região do cérebro importante para a memória de longo prazo. A revelação foi publicada nesta quinta-feira no periódicoHippocampus.
CONHEÇA A PESQUISA:
Título original: Cannabis-related episodic memory deficits and hippocampal morphological differences in healthy individuals and schizophrenia subjects
Onde foi divulgada: periódico Hippocampus
Quem fez: Matthew J. Smith, Derin J. Cobia, James L. Reilly, Jodi M. Gilman, Andrea G. Roberts, Kathryn I. Alpert, Lei Wang, Hans C. Breiter e John G. Csernansky
Instituição: Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, e outras
Resultado: Pessoas que fumaram maconha diariamente na adolescência se saíram pior em testes de memória de longo prazo e revelaram mais alterações no hipocampo no início da vida adulta, em comparação com quem não fumou.
Participaram do estudo pessoas que fumaram maconha diariamente por três anos a partir dos 16 ou 17 anos de idade. Quando se submeteram à pesquisa, tinham vinte e poucos anos e haviam deixado de consumir a droga há cerca de dois. Entre o total de 97 voluntários, havia ex-usuários da droga, esquizofrênicos com e sem histórico de uso de maconha e pessoas que nunca a fumaram.
“É possível que as estruturas anormais no cérebro revelem uma vulnerabilidade pré-existente ao uso da maconha”, afirma o líder do estudo, Matthew Smith, professor assistente de psiquiatria e ciências do comportamento da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos. “Mas as evidências de que quanto mais prolongado o uso da maconha, maior as alterações no hipocampo sugere que a causa é a droga.”