Em meio às informações contrárias ao governo, boatos, teorias de conspiração e informações falsas são usadas para tentar convencer as pessoas a irem no protesto.
As redes sociais estão sendo usadas maciçamente para divulgar e conseguir o maior número de participantes para a manifestação que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff, neste domingo (15). E em meio às informações contrárias ao governo, boatos, teorias de conspiração e informações falsas são usadas para tentar convencer as pessoas a irem no protesto.
Dois áudios que circulam por meio do aplicativo para celular WhatsApp contêm boatos conspiratórios de guerra civil e confisco da poupança. Em um deles, a voz de uma mulher diz: “ficamos sabendo por um gerente de um banco aqui dos Estados Unidos que é irmão de um deputado no Brasil. (Ele) advertiu a nossa chefe aqui, que ela tem empresa no Brasil, de que quarta-feira vai ter um golpe de Estado igual o do (ex-presidente Fernando) Collor. Que a Dilma vai retirar o dinheiro das contas do Brasil”. A mulher pede ainda que as pessoas saquem todo o dinheiro das contas bancárias.
Outra mensagem fala sobre um boato de guerra civil. Também na voz de uma mulher, começa contanto sobre uma amiga que um suposto “tio dela é tenente do Exército, ele trabalha na parte administrativa, ele é do serviço de inteligência do Exército”. Então, ela afirma que o “tio da amiga” teria alertado para que as pessoas estocassem comida em casa, pois as Forças Armadas teriam descoberto guerrilheiros “com mais de 20 mil armas na Amazônia” e estariam prevendo uma guerra civil.
Nas comunidades que pedem o impeachment de Dilma Rousseff, informações infundadas também são divulgadas para atrair apoio. Como por exemplo, encontramos uma imagem diz que, caso a presidente saia do poder por suposta irregularidade, o segundo colocado da última eleição presidencial deve assumir. Mas, segundo a Constituição brasileira, caso o presidente sofra impeachment, o vice-presidente deve assumir o cargo.
Outros vídeos e textos que circulam nas redes sociais dizem que o governo alterou ou quer alterar a idade de aposentadoria, hoje de 65 anos para homens e 60 para mulheres, para, respectivamente, 95 e 85 anos. O ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, já se disse favorável ao fim do fator previdenciário. Pela fórmula defendida por ele, para se aposentadar o trabalhador teria de somar a própria idade com o tempo de serviço e alcançar 95 anos para homens e 85 para mulheres.