Planta serve para alimentação de rebanho durante a estiagem.
Agricultores também estão aumentando a renda familiar com o plantio.
Uma alternativa para alimentação forrageira do rebanho, a palma, uma espécie de planta da Caatinga, é muito utilizada durante os períodos de estiagem no Sertão pernambucano. Porém com o ataque da principal praga, a colchonilha, parte do plantio era dizimado. Para tentar solucionar o problema, o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) desenvolveu há três anos uma variedade modificada da planta, mais resistente à seca e à praga.
A nova palma é a Orelha de Elefante Mexicana e a variedade já começou a ser distribuída aos criadores de animais neste ano. As raquetes ou mudas são entregues anualmente pelo Instituto que atua em seis municípios: Petrolina, Orocó,Santa Maria da Boa Vista, Lagoa Grande,Dormentes e Afrânio, todos no Sertão do estado.
Este ano foram cortadas e estocadas 216 mil raquetes e somente em Petrolina, estão sendo distribuídas 36 mil. Os interessados em adquirir as mudas devem fazer o cadastro nas associações de sua cidade ou ir à sede do IPA. A prioridade é que as plantas sejam voltadas para criadores da agricultura familiar que morem em área de sequeiro.
Além de servir como forragem, as palmas Orelha de Elefante Mexicana também estão servindo para aumentar a renda de agricultores. Alguns deles estão destinando parte da área para a plantação da variedade. “Temos um exemplo de um agricultor que pegou conosco apenas uma folha e atualmente planta um hectare da palma. Ele alimenta seu rebanho, dá parte aos vizinhos que não têm e ainda consegue vender a R$ 1 cada folha. Ele já conseguiu comercializar duas mil folhas”, disse o supervisor regional do IPA, Marcos Henrique Jerônimo.
A distribuição das raquetes de palma é feita uma vez ao ano, segundo Jerônimo, e acontece sempre neste período quando começa a chover no Sertão pernambucano. A previsão é de que todo o estoque seja distribuído até o início de março.