A noite ainda contou com a última apresentação do espetáculo Pernambuco Meu País, dirigido pelo músico Jam da Silva e pela coreógrafa Maria Paula Costa Rêgo e que celebra os homenageados desta primeira edição do festival, o percussionista Naná Vasconcelos e o artista visual Abelardo da Hora. A apresentação abriu todas as oito etapas desta primeira edição do festival.
Até chegar ao Planalto da Borborema, durante as sete etapas anteriores do festival, o público pôde conferir vários ótimos sanfoneiros e forrozeiros. Beto Hortis, porém, tirou onda em Buíque. O músico simplesmente deu aula em seu espetáculo revisador e renovador. Acompanhado de sua banda, da qual fazem partes as duas filhas, Taíssa Roberta e Maria Júlia, passeou pelos mais variados estilos do forró, como arrasta-pé, xote e baião, vez ou outra apenas com temas incidentais ou rápidos medleys de standards, até flertando com o frevo (“O meu show é multicultural”, afirmou). E é claro que houve espaço para hits de Gilberto Gil, Fagner, Zé Ramalho, Trio Nordestino, Os 3 do Nordeste e Luiz Gonzaga.
Para esse show, contudo, Hortis, que durante muito tempo tocou ao lado de forrozeiros como Alcymar Monteiro e Geraldinho Lins, resolveu destaca no repertório canções da época em integrou a banda Magníficos, como ele próprio comentou, numa época em que suas próprias filhas ainda não haviam nascido. E foram elas que cantaram vários sucessos desse “forró das antigas”, como Timidez e Verdadeiro Amor. E são elas ainda que dão ares de renovação à carreira do pai, quando interpretam, por exemplo, músicas como Amado, sucesso de Vanessa da Matta.
Em seguida, MC Rogerinho mostrou porque é mesmo um fenômeno. Natural de Sobral (CE), o cantor começou a carreira, antes dos 20 anos de idade, compondo para Wesley Safadão e Xand Avião. Hoje é o que pode ser chamado de um músico influencer e faz sucesso comandando seu próprio baile de “bregadeira romântica”, como gosta de chamar, um pancadão com vários momentos com temas para boate, pagodão, Carnaval e São João. A relação com o brega, aliás, tem sido uma tendência em sua geração, nos mais variados estilos e ritmos musicais.
O sucesso de Rogerinho, sem dúvida, deve-se a mais do que isso: como mostrou em Buíque, sua apresentação parece ser uma versão ampliada de seu próprio estilo de vida: um garoto que se reúne com os amigos para curtir um pancadão e se divertir. No palco essa sua diversão torna-se contagiante e prolifera-se entre os milhares de fãs. Em determinado momento até os músicos largam seus instrumentos e entram na dança com o MC, apenas ao som das programações. Além de seus sucessos, Rogerinho aproveitou para reforçar seu mais novo aspirante a hit, O que que Tá Acontecendo, que teve até direito a bis.
O segundo acordeonista e cantor da noite, Caninana do Forró, é outro que dispensa apresentação na seara do “forró das antigas”. Originário de Tarrafas (CE), foi reconhecido também logo tornando-se uma das vozes (humanas e acordeonísticas) do gênero. Nesse estilo, também acompanhado de uma grande banda, está sempre preparado para destilar uma saraivada de sucessos, como se fosse uma jukebox só de hits.
Ao som de Caninana a plateia presente na Praça de Eventos do município segurou a onda e cantou e dançou ao som de temas como Ressaca de Saudade, Fiquei Sabendo, Quem Chorava Hoje Ri, Chuveiro Ligado e Teu Gadim, entre muitos outros, até mais de duas horas da manhã já deste sábado (31).