Crise se agravou em Petrolina depois do pedido de demissão de médicos.
Secretaria Estadual autorizou a contratação de mais 15 profissionais.
A crise na saúde pública de Petrolina, no Sertão pernambucano, continua causando a revolta de pacientes que dependem do serviço. No Hospital Dom Malan (HDM) são muitas as queixas dos acompanhantes e das gestantes que esperam por atendimento na unidade. Mesmo após a realização de uma reunião entre o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), diretoria do HDM e médicos, o problema ainda não foi solucionado.
Durante a útltima semana acompanhantes de pacientes que estavam com mais de 40 semanas relataram que as gestantes não foram atendidas no HDM e foram encaminhadas para uma maternidade na cidade de Juazeiro, Bahia, mas tiveram que retornar. Apesar do avançado estado da gestação e da dores, as gestantes aguardaram por atendimento sentadas em cadeiras.
Segundo o presidente do Cremepe, Sílvio Rodrigues, atualmente o HDM está funcionando em sistema de restrição. “A real situação é que o atendimento está limitado. Temos plantões com apenas dois médicos, outros com três, onde na verdade deveriam ser cinco. Então, diante do número reduzido de profissionais, a unidade está atendendo apenas pacientes de alto risco”.
Atualmente a unidade conta com 20 médicos da área de obstetrícia, mas o adequado para suprir toda a demanda do hospital, que atende a 53 municípios, são 35 médicos. “Já realizamos uma reunião com a direção do HDM, Simepe, Cremepe e Secretaria Estadual de Saúde, onde foi autorizado a contratação de mais 15 profissionais. Agora vamos esperar até o dia 27 de fevereiro para saber se a composição da escala já está completa. Essa é a principal reivindicação dos médicos que estão sobrecarregados. A partir dai vamos ver quais as próximas estratégicas que serão tomadas”, relata o presidente do Cremepe.
De acordo com Sílvio Rodrigues, parte da superlotação do HDM ocorre não somente pela falta de médicos, mas também porque os municípios não oferecem o serviço de baixa complexidade. “O HDM é um hospital de alta complexidade e quem tem que fazer o atendimento de baixa complexidade são as prefeituras, mas existem muitas maternidades que estão fechadas e o Dom Malan acabou absorvendo esta demanda”.