Beneficiados pelo programa aguardam mais de seis anos.
Casas inacabadas são invadidas por não cadastrados no programa.
Famílias da cidade de Belém do São Franscisco, no Sertão pernambucano, aguardam há quase seis anos para receber 48 casas construídas através de um programa habitacional. Contudo, agora, além do atraso na entrega, outras famílias ocuparam as residências que ainda estão inacabadas.
A professora Ângela Maria Nogueira de Barros, mora em um sítio, onde a água só chega através de carro-pipa. A escola e posto de saúde, só existem na sede do distrito. Ela é uma das beneficiárias do programa habitacional. “Eu fiquei triste, porque nós fizemos o cadastro e de repente outras famílias tomaram conta. Eu espero que o prefeito e a Caixa Econômica façam um jeito de entregar as casas para que todas as famílias que foram contempladas vá morar nas suas casas”, ressalta.
Desde outubro as residências do Programa habitacional foram ocupadas por outras famílias que não estavam no cadastros de beneficiados. A agricultora Vânia Lopes Feitosa foi uma das pessoas que ocupou as casas desde o dia 17 de outubro. “Estamos aqui porque necessitamos, não é por malandragem É porque não tem morada, e se a gente chegou o ponto de invadir, porque a gente morava numa casinha de taipa e quando chovia molhava muito. Ficava muito lama e quem tem filhos necessita de morada”.
As moradias começaram a ser construídas há quase seis anos e ainda estão inacabadas . Na maioria das casas não há pias e as instalações dos banheiros não foram concluídas. A água só chega nas habitações através de uma mangueira, puxada do cemitério da cidade, que atende a todos.
As famílias que ocuparam as casas se organizaram e estão cobrando uma solução para o impasse. A Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab) informou que não concluiu as casas porque elas estão invadidas e disse que cabe a Prefeitura de Belém do São Francisco, pedir na justiça, a reintegração de posse. A prefeitura informou que quem deve solicitar a reintegração de posse das casas é a Caixa Econômica Federal, que financiou a obra, junto com o Governo do Estado.