Deputada de 25 anos, Tabata Amaral chama ministro de incapaz e sugere que diante da falta de projetos pedisse demissão do cargo

Uma deputada de 25 anos se destacou com um bombardeio de perguntas e críticas na audiência pública na Câmara com o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, nessa quarta-feira. A paulista Tabata Amaral (PDT) cobrou uma proposta do ministro para a área, chamou-o de incapaz e sugeriu a ele que, diante da falta de projetos, pedisse demissão do cargo: “Mude de atitude ou saia do cargo”. O vídeo viralizou e se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter.

Ao fim de sua participação, Tabata afirmou que não esperava resposta do ministro. Ele reagiu com irritação: “Se a senhora não espera nenhuma resposta por que faz pergunta?”. Ricardo Vélez Rodríguez afirmou que não vai pedir demissão e que só deixa o cargo se essa for a determinação do presidente Jair Bolsonaro.

Da periferia para Harvard

Filha de um cobrador de ônibus e de uma bordadeira e diarista, Tabata deixou a periferia de São Paulo para cursar astrofísica e ciência política na Universidade de Harvard, uma das mais prestigiadas do mundo. De volta ao Brasil, ajudou a fundar os movimentos Acredito, que prega renovação nas práticas políticas, e Mapa Educação, voltado para a melhoria da educação. No ano passado decidiu disputar, com sucesso, sua primeira eleição.

A deputada reivindicou que o ministro apresentasse um projeto estratégico para a educação em vez de uma “lista de desejos”. A pedetista disse estar decepcionada com a “incapacidade” de Vélez como gestor.

“Já se passaram três meses e em um trimestre não é possível que o senhor apresente um Power Point com dois, três desejos para cada área da Educação. Onde estão os projetos, as metas, quem são os responsáveis? Isso não é um projeto estratégico. Isso é uma lista de desejos. Eu quero saber onde eu encontro esses projetos? Quando cada um começa a ser implementado? Quando serão entregues? Quais são os resultados esperados? São três meses e a gente consegue fazer mais do que isso.”

Desrespeito

A falta de preparo do ministro para o cargo, segundo ela, é um desrespeito para o país. “Saio da reunião extremamente decepcionada com sua incapacidade de apresentar uma proposta, de saber dados básicos e fundamentais. É um desrespeito, não só à Educação, não só ao ministério, não só ao Parlamento, mas ao Brasil como um todo.”

Ela lembrou que perdeu o pai e amigos para as drogas e disse que eles se tivessem tido a oportunidade de completar o ensino fundamental não teriam morrido tão jovens. Criada na Vila Missionária, na periferia da capital paulista, Tabata foi selecionada para a Universidade de São Paulo e admitida, além de Harvard, em outras cinco universidades norte-americanas, com direito a bolsa integral: Yale, Columbia, Princeton, Pensilvânia e Caltech. .

A deputada também questionou o aparelhamento ideológico do ministério na gestão de Ricardo Vélez. “Outra pergunta é sobre o aparelhamento ideológico do ministério. Eu não vou ficar discutindo fumaça. Não vou ficar falando que sou contra o ‘Escola sem Partido’. Eu sou contra, mas não acho que é isso o que importa. A gente precisa de profissionais preparados”, defendeu.

Ela também criticou as constantes mudanças em cargos estratégicos da pasta. “Não dá para acreditar que uma troca tão constante no primeiro escalão, essa paralisia, vai levar ao sucesso da Educação. Nossa Educação hoje, por experiência própria, a falta que faz nas periferias, mata. Para mim, não tem coisa mais urgente do que essa. Eu esperava muito mais do senhor com três meses de trabalho”.

Demissões

Para Tabata, o governo precisa partir para a ação e, para isso, precisa de gente competente e qualificada: “Tem uma coisa que eu aprendi nos últimos anos, como cientista política e como ativista da Educação, é que o maior desafio que a gente tem não é ficar fazendo lista de desejos. É implementar, de fato, e a gente não implementa sem um corpo preparado, sem pessoas que têm experiência”.

Ontem à noite o presidente Jair Bolsonaro negou rumores de que tivesse demitido Vélez. O ministro tem sido cobrado pelas disputas internas e ideológicas dentro da pasta, pela falta de apresentação de propostas de melhoria para a área e pela influência exacerbada do escritor Olavo de Carvalho, responsável por sua indicação ao cargo. Em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, da Band, o presidente Jair Bolsonaro demonstrou descontentamento com o ministro e indicou que poderá haver alguma mudança na chefia da Educação.

“Temos que resolver a questão. Vamos ter mais uma conversa com o atual ministro e vamos ter que decidir a questão da Educação, porque, realmente, não estão dando certo as coisas lá”, declarou o presidente.

Por: Congresso em Foco

Juíza proíbe governo Bolsonaro de comemorar golpe de 1964

A juíza Ivani Silva da Luz, da 6ª Vara da Justiça Federal em Brasília, proibiu nesta sexta (29) o governo de Jair Bolsonaro de comemorar o aniversário de 55 anos do golpe de 1964 no próximo domingo (31).

Ela atendeu a um pedido de liminar apresentado pela Defensoria Pública da União, que alegou risco de afronta à memória e à verdade, além do emprego irregular de recursos públicos nos eventos.

“Defiro o pedido de tutela de urgência para determinar à União que se abstenha da ordem do dia alusiva ao 31 de março de 1964, prevista pelo ministro da Defesa e comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica”, decidiu a magistrada.

Ela determinou que a Defesa seja intimada da ordem. No início da semana, Bolsonaro havia determinado à pasta que o golpe fosse comemorado nos quartéis.

Na prática, várias unidades militares anteciparam as celebrações ao movimento golpista para esta sexta (29), já que o aniversário cairá no domingo.

Gonzaga Patriota passa mal durante a sessão no Plenário da Câmara

Na noite desta quarta-feira (27), após passar mal durante a sessão no Plenário da Câmara, o deputado federal Gonzaga Patriota (PSB) foi internado no hospital em Brasília e, após exames, constatou-se novo hematoma localizado na região abdominal.

O parlamentar será transferido para São Paulo para que a equipe médica que o acompanhou durante todo o tratamento possa dar continuidade aos procedimentos adequados. O quadro clínico do deputado é estável.

Policiais Militares de Petrolina contra a reforma da previdência, se reúnem com Deputado Joel da Harpa, nesta quinta-feira (28)

A nova reforma da previdência desconsidera as especificidades da atividade policial e traz uma série de prejuízos aos policiais, sejam eles policiais militares, bombeiros e demais policiais civis brasileiros. Preocupado com o futuro desses profissionais, o Deputado Estadual Joel da Harpa, integrante da Frente Parlamentar de Segurança Pública da Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe), está em Petrolina para conversar com a tropa. A partir das 14h, desta quinta-feira (28), ele estará na sede do Clube dos Militares no bairro de Ouro Preto.

No último dia 18, Joel promoveu no Recife uma audiência pública para discutir a problemática da reforma da previdência. O evento reuniu parlamentares da Bancada da Bala do Congresso Nacional que garantem: vai ter resistência, inclusive com possibilidade dos militares irem às ruas.

Por: Assessoria de Imprensa – Dep. Joel da Harpa

Militares pedem cautela, mas Bolsonaro estimula celebração do golpe de 1964

O presidente Jair Bolsonaro orientou os quartéis a comemorarem a “data histórica” do aniversário do dia 31 de março de 1964, quando um golpe militar derrubou o governo João Goulart e iniciou um regime ditatorial que durou 21 anos.

Generais da reserva que integram o primeiro escalão do Executivo, porém, pedem cautela no tom para evitar ruídos desnecessários diante do clima político acirrado e dos riscos de polêmicas em meio aos debates da reforma da Previdência.

Em um governo que reúne o maior número de militares na Esplanada dos Ministérios desde o período da ditadura (1964-1985) — o que já gerou insatisfação de parlamentares —, a comemoração da data deixou de ser uma agenda “proibida”.

Ainda que sem um decreto ou portaria para formalizá-la, a efeméride volta ao calendário de comemorações das Forças Armadas após oito anos.

Em 2011, a então presidente Dilma Rousseff, ex-militante torturada no regime ditatorial, orientou aos comandantes da Aeronáutica, do Exército e da Marinha a suspensão de qualquer atividade para lembrar a data nas unidades militares.

O Planalto pretende unificar as ordens do dia, textos preparados e lidos separadamente pelos comandantes militares. Pelos primeiros esboços que estão sendo feitos pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, o texto único ressaltará as “lições aprendidas” no período, mas sem qualquer autocrítica aos militares. O período ficou marcado pela morte e tortura de dezenas de militantes políticos que se opuseram ao regime.

O texto também deve destacar o papel das Forças Armadas no contexto atual. De volta ao protagonismo no País, militares são os principais pilares de sustentação do governo Bolsonaro.

Por isso, generais da reserva disseram à reportagem que no entendimento da cúpula das Forças Armadas e do próprio presidente, a mensagem precisa ser “suave”.

Eles afirmam que não querem nenhum gesto que gere tumulto porque não é hora de fazer alarde e/ou levantar a poeira. O momento, dizem, é de acalmar e focar em reverter os problemas econômicos, como reduzir o número de desempregados.

Investigações

A suspensão da festa em comemoração a 1964 por Dilma coincidiu com a criação da Comissão Nacional da Verdade. O grupo foi criado pela presidente em meio à pressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), que condenou o Estado brasileiro pelo desaparecimento de guerrilheiros na região do Araguaia, e da Justiça Federal, que cobrava a entrega de restos mortais a familiares de vítimas da ditadura.

Embora não tenha avançado nos esclarecimentos dos episódios mais emblemáticos do período, a comissão desagradou aos militares.

Na época, segundo relato de oficiais, ficou estabelecido uma espécie de acordo informal com o Exército – comandado à época pelo general Enzo Peri — de que não haveria “perseguição”. Oficiais afirmam que Dilma, na ocasião, chegou a dizer: “Não farei perseguição, mas em compensação não quero exaltação”.

Por: Exame.abril

Ao receber prêmio “Prefeitura Amiga da Mulher”, Miguel Coelho defende garantia de igualdade de direitos

“Nossa luta não é apenas para as mulheres de Petrolina serem bem tratadas, mas para terem todos os direitos iguais a todos”. Foi dessa forma que o prefeito Miguel Coelho encerrou o discurso de agradecimento por receber o prêmio “Prefeitura Amiga da Mulher”. A solenidade de premiação ocorreu na noite desta terça-feira (26), na Assembleia Legislativa de Pernambuco, no Recife, em reconhecimento a gestões públicas que promovem políticas para inclusão, promoção de saúde e combate à violência de gênero.

Petrolina se destacou por adotar ações como o Plantão Mulher, que garante acolhimento com advogadas, assistentes sociais e psicólogas a vítimas de violência; campanhas de conscientização e mais recentemente a criação da primeira patrulha municipal da Mulher do Sertão. O município ainda desenvolveu diversas iniciativas na saúde e educação como mutirões de cirurgias e exames destinados ao público feminino, melhorias na rede de creches entre outras ações.

Na solenidade, o prefeito Miguel Coelho garantiu que o trabalho em Petrolina será ampliado, tendo em vista o crescimento de casos de agressão, feminicídios e ainda pela existência de distorções econômicas e sociais entre homens e mulheres no Brasil. “Esse prêmio é um reconhecimento público a tudo que foi feito para melhorar a qualidade de vida da mulher em suas várias dimensões em Petrolina. Mas ainda precisamos fazer muito mais. Essa é uma luta permanente que deve envolver a Prefeitura, os governos Federal e do Estado, a Justiça, toda a sociedade civil”, defendeu Miguel Coelho.

O Prêmio “Prefeitura Amiga da Mulher” foi instituído em 2013 pela Assembleia Legislativa de Pernambuco. A honraria é entregue a quatro cidades todos os anos, representando cada região de Pernambuco. Na edição 2019, também foram premiadas as gestões de Abreu e Lima, Passira e Rio Formoso.

Foto: Ivaldo Reges

Por: Júnior Vilela – Assessoria de Imprensa – Prefeito Miguel Coelho

Projeto anticrime pode ser votado no 1º semestre

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez acenos ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e afirmou que existe uma possibilidade de o projeto de lei relacionado a combate ao crime organizado e aos crimes violentos ser votado ainda no primeiro semestre. Internamente, porém, o indicativo na Câmara é que a base será o projeto proposto pela comissão de juristas encabeçada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Maia participou na manhã desta terça-feira, 26, de uma parte da primeira reunião do grupo de trabalho que formou para discutir as propostas de Moro e de Moraes. Só o ministro do Supremo foi convidado. Maia, no entanto, disse que já falou com o ministro da Justiça e o convidou para uma segunda reunião do grupo ainda esta semana.

“Não tem problema nenhum, vocês estão fazendo fofoca… A primeira reunião é do grupo de trabalho com os representantes do CNJ. O grupo de trabalho foi construído para isso (debates). A segunda reunião é com o Moro e quantas as reuniões que ele quiser fazer no nosso grupo para colaborar, falando do projeto e da importância dele. Vamos estar juntos trabalhando”, disse Maia após a reunião.

Questionado sobre quando seria possível votar o projeto, Maia indicou possibilidade de isso acontecer ainda no primeiro semestre. “Por que (votar) no segundo semestre? Pode ser no primeiro”, disse.

Segundo Maia, pode não ser necessário utilizar todo o prazo de 90 dias dado para o grupo de trabalho realizar debates e unificar diferentes propostas apresentadas em um só projeto. O parlamentar acrescentou que é possível que o texto siga direto ao plenário se houver acordo entre os partidos.

“Se for para votar um bom texto, o que interessa é o tempo do bom trabalho dos deputados, com juristas e com o Executivo”, disse Rodrigo Maia.

O ponto de partida do debate legislativo, no entanto, é o projeto apresentado pela comissão de juristas presidida pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes. “É o carro-chefe”, disse o deputado Hildo Rocha (MDB-MA), um dos integrantes do grupo de trabalho, após a reunião.

Moraes expôs aos dez deputados integrantes da comissão os projetos que apresentou ao Congresso em maio do ano passado. Ao fim do encontro, falou à imprensa que não deve haver “vaidade”.

“Vamos discutir esse projeto e o aprovado pelo governo e outros projetos que existem na Câmara. O mais importante, e eu venho repetindo, é pegarmos as principais ideias e conseguirmos avançar no que houve consenso. Não importa vaidade de redação, mas avançar na ideia porque temos de avançar na filosofia no combate ao crime organizado”, disse Moraes.

O ministro, que tem ótima relação com Rodrigo Maia, destacou ainda o presidente da Câmara e negou que a criação do grupo de trabalho possa atrasar o andamento dos debates.

“A questão do combate ao crime organizado já é prioridade do presidente da Câmara desde outubro de 2017, quando constituiu comissão de juristas na Câmara, e tenho certeza que é prioridade não só dele como da Câmara dos Deputados”, disse.

Desembargador que soltou Temer ficou 7 anos afastado do cargo

O desembargador federal Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), responsável pela soltura, nesta segunda-feira (25/3), do ex-presidente Michel Temer, do ex-ministro Moreira Franco e de João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, ficou afastado do cargo durante sete anos por ter sido alvo de uma ação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sob acusação de estelionato e formação de quadrilha, em 2004.

Um inquérito contra ele, com as mesmas acusações, foi arquivado em 2008 pelo STJ a pedido do Ministério Público Federal. O órgão alegou não ter encontrado provas a respeito de Athié ter proferido sentenças em conluio com advogados. Ele retomou as atividades em 2011, após decisão do STJ. O habeas corpus encaminhado ao Supremo Tribunal Federal pela defesa de Athié foi acatado em 2013 para trancar a ação contra o desembargador.

Athié é presidente da primeira turma especializada em direito penal, previdenciário e da propriedade industrial. O julgamento do habeas corpus de Temer e dos demais acusados estava na pauta da sessão da próxima quarta (27). Athié é relator do caso. Os encontros da primeira turma do TRF-2 são semanais às quartas, compostos por Athié, Paulo Espírito Santo e Abel Gomes.

Os votos em colegiado de Athié são polêmicos. A primeira turma do TRF-2 é responsável pelo julgamento da Operação Pripyat, desdobramento da Lava Jato no Rio, responsável pelas investigações referentes à Eletronuclear. Athié era relator do processo contra o ex-presidente da companhia Othon Luiz Pinheiro e votou favoravelmente para revogar a prisão preventiva do empresário, determinada pelo juiz Marcelo Bretas.

Foi nessa sessão que o desembargador comparou propina a gorjeta: “Nós temos que começar a rever essas investigações. Agora, tudo é propina. Será que não é hora de admitirmos que parte desse dinheiro foi apenas uma gratificação, uma gorjeta? A palavra propina vem do espanhol. Significa gorjeta”, justificou.

Polêmicas com bicheiros
Athié também envolveu-se em polêmicas referentes ao bicheiro Carlinhos Cachoeira e ao ex-presidente da construtora Delta Fernando Cavendish, sob acusações de lavagem de dinheiro.

O Ministério Público Federal solicitou o afastamento de Athié do caso após ter concedido habeas corpus aos investigados. Antes que a decisão fosse tomada, o desembargador declarou-se impedido. O MPF alegou que Athié é amigo do advogado de Cavendish, Técio Lins e Silva.

Em dezembro de 2016, a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral, ainda estava detida. Athié foi o único desembargador que defendeu prisão domiciliar para Adriana, sob a justificativa de que ela deveria cuidar dos filhos. Em março de 2017, Bretas concedeu prisão domiciliar à ex-primeira-dama e, em agosto do ano passado, ela foi liberada da prisão domiciliar também por Bretas.

Com informações: Metropoles

Vereadores de Petrolina apresentam relatório do desastre de Brumadinho

A Comissão Parlamentar da Câmara de Petrolina deu um exemplo para o Brasil, ao pressionar o Governo de Minas Gerais para adoção de medidas urgentes em defesa do Rio São Francisco e seus afluentes, após o desastre ambiental de Brumadinho que atinge diretamente o Rio da Integração Nacional. Os vereadores que compunham a Comissão foram pessoalmente cobrar dos Governos do Estado Mineiro e Federal a responsabilização da Empresa Vale do Rio Doce pelo desastre que acometeu milhares de famílias e fez quase 200 vítimas fatais.

Em coletiva de imprensa na manhã desta segunda (25), na Casa Plínio Amorim, os vereadores apresentaram o relatório da viagem, uma missão positiva que está sendo copiada por vários legislativos municipais e estaduais das áreas banhadas pelo rio e que sofrerão as consequências dos rejeitos minerais em função do rompimento da barragem. A iniciativa do vereador Gabriel Menezes teve a aprovação unânime dos vereadores.

O propositor da Comissão, vereador Gabriel Menezes, enfatizou a importância da missão. “Queremos defender o Rio São Francisco pela importância que ele tem para todos nós, seja para abastecimento humano ou para a fruticultura irrigada. Nossa região vive em função das águas do Velho Chico e o que a gente nota é uma distorção muito grande por uma parcela pequena da mídia, com sensacionalismo, que não emite ao seu público a verdadeira intenção da visita à região para avaliar de perto a situação, que é camuflada principalmente pela empresa responsável por essa catástrofe”.

Cristina Costa e Ronaldo Cancão em visita a Brumadinho-MG

Cristina Costa, que esteve pessoalmente nas cidades atingidas com o rompimento da barragem, explicou que “a Vale do Rio Doce domina o Estado Mineiro, que está atado, e as pessoas reféns da empresa de mineração e é preciso a união de forças de todos os municípios do Nordeste Brasileiro para penalizar a Vale pelo desastre e que ela busque imediatamente a preservação ambiental das áreas atingidas e do rio São Francisco”. Segundo Cristina, “não há uma preocupação com as áreas nem com as pessoas afetadas, já que a Vale do Rio Doce monopoliza a produção de minério e exerce forte influência nos órgãos públicos e privados da região”. Ainda de acordo com a vereadora, a Comissão de Petrolina vai manter o objetivo de cobrar, principalmente dos órgãos competentes e do Governo Federal uma ação imediata para evitar maiores consequências do acometimento de minérios no Rio São Francisco, o que provocará a falência do bem natural.

O vereador Ronaldo Cancão parabenizou Menezes pelo requerimento e disse que é uma das missões mais importantes que teve a oportunidade de participar. “Há uma inércia muito grande dos Governos e nós fomos pessoalmente provocar os órgãos públicos municipais, estadual e federal para ações de proteção ao meio ambiente, as famílias atingidas e o nosso bem maior, o Rio São Francisco”, disse.

O presidente da Casa, Osorio Siqueira, respaldou a iniciativa e apresentou os custos da viagem que serão reembolsados aos vereadores Cristina Costa e Ronaldo Cancão. “Os custos desta viagem estão dentro do previsto ao orçamento da Casa e foram legalmente utilizados, cerca de sete mil em sete dias de viagem. Respaldamos essa iniciativa porque avaliamos a importância de ter representantes de Petrolina para cobrar providências dos órgãos responsáveis de forma a evitar graves consequências ao Rio São Francisco e ao nosso povo”.

A Vale do Rio Doce é responsável pelos desastres de Mariana e Brumadinho que aconteceram no período de cinco anos e colocam em risco o ecossistema das áreas atingidas pelos rejeitos que contaminam o Rio São Francisco.

A Comissão foi composta pelos vereadores Gabriel Menezes, Ruy Wanderley, Cristina Costa e Ronaldo Cancão. Os dois últimos passaram sete dias nas cidades mineiras para averiguação in loco das consequências desse desastre ambiental.

Coletiva de Imprensa

Estiveram presentes na Coletiva de Imprensa os vereadores Ronaldo Cancão, Cristina Costa, Osório Siqueira, Paulo Valgueiro, Gabriel Menezes e Rodrigo Araújo.

Desembargador manda soltar Temer e Moreira Franco

O desembargador federal Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), determinou hoje (25) a soltura do ex-presidente Michel Temer, do ex-ministro Moreira Franco e de mais cinco presos em operação deflagrada na última quinta-feira (21) pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.

O pedido de liberdade seria discutido na pauta de julgamento do TRF2 na próxima quarta-feira (27), e, segundo a assessoria de imprensa do tribunal, o assunto foi retirada de pauta.