Vice-prefeita de Juazeiro lidera ranking de maior salário da Bahia; confira o montante

O salário da vice-prefeita de Juazeiro, Doutora Dulce (PDT), é o maior da Bahia. Ela recebe R$ 19.126,00, maior que de muitos titulares dos municípios baianos. O site levantou dados dos salários das 20 maiores cidades baianas por meio do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).

O vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), é o segundo mais bem pago. O articulador político de ACM Neto (DEM) recebe mensalmente R$ 18.732,56 – quase R$ 400 a menos que a líder do ranking. O vice de Camaçari, José Tude, também do DEM, é o terceiro com rendimentos de R$ 15.411,29.

O salário mais baixo é de Dalva Merces Barreto (PSB), vice-prefeita de Santo Antônio de Jesus.  Em dois municípios, não há vice-prefeito após renúncias. É o caso de Feira de Santana, onde José Ronaldo (DEM) deixou a prefeitura para ser candidato ao governo da Bahia na eleição deste ano. Com a decisão dele, Colbert Martins (MDB) assumiu o posto e a cidade ficou sem o número 2 da administração municipal.

Além de Feira, Lauro de Freitas também não tem vice, já que Mirela Macedo (MDB) deixou o cargo para ser deputada estadual. A cidade de Barreiras não disponibiliza o salário da sua vice, Karlucia Macedo (MDB).

Confira a lista:

1.    Juazeiro    DULCE DANTAS LIMA RIBEIRO – R$ 19.126,00;
2.    Salvador    BRUNO REIS                                – R$ 18.732,56;
3.    Camaçari   JOSE EUDORO REIS TUDE        – R$ 15.411,29;
4.    Ilhéus         JOSE NAZAL PACHECO SOUB             – R$ 15.300,00;
5.    Eunápolis  FLAVIO AUGUSTO BAIOCO               – R$ 15.120,00;
6.    Itabuna      FERNANDO GOMES VITA                    – R$ 15.000,00;
Teixeira de Freitas UBIRATAN LUCAS ROCHA MATOS – R$ 15.000,00;
7.    Paulo Afonso FLAVIO HENRIQUE MAGALHAES LIMA – R$ 14.830,43;
8.    Simões Filho  SIDNEY SERRA SANTANA           – R$ 13.440,00;
9.    Porto Seguro  HUMBERTO ADOLFO GATTAS N F NASCIMENTO – 13.000,00 mil;
10.    Guanambi     HUGO VANUSCO COSTA PEREIRA – R$ 12.500,00;
11.    Alagoinhas    IRACI GAMA SANTA LUZIA              – R$ 12.500,00;
12.    Candeias       MARIA MARCIA GOMES DA SILVA DOS SANTOS – R$ 12.481,74;
13.    Vitória da Conquista IRMA LEMOS DOS SANTOS ANDRADE – R$ 12.404,00;
14.    Jequié           HASSAN ANDRADE IOSSEF  – R$ 12.000,00;
15.    Valença         HUMBERTO OLIVEIRA MALHEIROS – R$ 10.000,00;
16.    Santo Antonio de Jesus DALVA MERCES BARRETO – R$ 9.651,00.

Bolsonaro sofre ameaças de morte em vídeos na internet

Duas novas ameaças originadas na internet contra o presidente eleito, Jair Bolsonaro, estão na mira do serviço de inteligência da Polícia Federal (PF). Vídeos que circulam nas redes sociais mostram homens armados fazendo ameaças e falando em atirar em Bolsonaro.

As informações são do jornal Extra.

O vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente eleito, publicou mensagens no Twitter no começo deste mês advertindo para o risco de os ataques verbais serem menosprezados.

“Subestimar este tipo de ameaça diária contra todo brasileiro e tratá-los como vítimas é combustível do caos em nosso país. Bandido no Brasil deita e rola em cima de nossas leis e da Justiça! Se Deus quiser, isso acabará em breve!”, escreveu o vereador na rede social.

Em uma das ameaças, um homem exibe um fuzil em direção a uma rua escura sem mostrar o rosto. Em outra delas, um homem segura duas pistolas, posicionado em frente à câmera, e diz que o presidente eleito “vai entrar na bala”.

A PF tenta identificar e localizar os autores das ameaças. As indicações são de bandidos de alguma facção criminosa. A investigação busca descobrir se as declarações têm fundamento e integram algum plano de ataque ou se são apenas bravatas.

Em meio a essas circunstâncias, Bolsonaro avalia ir a São Januário no próximo domingo para acompanhar a partida entre Vasco e Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro. A equipe de segurança, porém, procura demovê-lo da ideia.

Haddad vira réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro

A Justiça paulista abriu ação penal contra o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público do Estado, o petista teria solicitado, entre abril e maio de 2013, por meio do então tesoureiro do seu partido, João Vaccari Neto, a quantia de R$ 3 milhões da empreiteira UTC Engenharia para supostamente quitar dívidas de campanha com a gráfica de Francisco Carlos de Souza, o “Chicão Gordo”, ex-deputado estadual do PT.

A Promotoria sustenta que, entre maio e junho daquele ano, a empreiteira efetivamente repassou a soma de R$ 2,6 milhões a Haddad.

A decisão foi tomada pelo juiz Leonardo Valente Barreiros, da 5ª Vara Criminal da Capital, que acolheu parcialmente denúncia do Ministério Público do Estado. O magistrado rejeitou parte da acusação que imputava ao ex-prefeito o crime de quadrilha.

Além de Haddad e Vaccari (formalmente réus por corrupção passiva e lavagem de dinheiro), serão processados o empresário Ricardo Pessoa e o executivo Walmir Pinheiro Santana, ambos da UTC (corrupção ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro); o doleiro Alberto Youssef (quadrilha e lavagem de dinheiro), suposto repassador dos valores; e ‘Chicão Gordo’, o dono da gráfica (corrupção passiva, quadrilha e lavagem de dinheiro).

A denúncia foi apresentada à Justiça pelo promotor Marcelo Mendroni, que integra o grupo do Ministério Público de combate a delitos econômicos.

Seguno Mendroni, o então tesoureiro do PT “representava e falava em nome de Fernando Haddad”. O promotor afirma que constou da agenda de Haddad, quando já no exercício do cargo de prefeito de São Paulo, que ele recebeu o empreiteiro da UTC pessoalmente, no dia 28 de fevereiro de 2013.

Mendroni assinala que Ricardo Pessoa, que se tornou delator da Operação Lava Jato, já mantinha uma espécie de “contabilidade paralela” junto a Vaccari, relativa a propinas pagas em decorrência de contratos de obras da UTC Engenharia S/A com a Petrobras, com uma “dívida” a saldar, em pagamentos indevidos de propinas, da ordem de R$ 15 milhões.

“Ricardo Pessoa e Fernando Haddad, enquanto candidato ao cargo de Prefeito Municipal de São Paulo, haviam sido apresentados por José di Filippi Junior e se reuniram algumas vezes durante a campanha eleitoral no decorrer de 2012”, sustenta a Promotoria.

O juiz Leonardo Valente Barreiros, da 5ª Vara Criminal da Capital, anotou em sua decisão.

“Ocorre que a solicitação de R$ 3 milhões teria sido atendida. Sendo assim, Ricardo Pessoa a prometeu e ofereceu diretamente para João Vaccari Neto e indiretamente para Fernando Haddad. Na sequência e de modo a viabilizar o pagamento, Ricardo Pessoa e João Vaccari Neto trocaram informações a respeito dos números de telefone dos seus prepostos. Para operacionalizar aquele pagamento indevido, João Vaccari Neto indicou e lhe passou o número de telefone celular de Francisco Carlos de Souza [‘Chicão’]. Ricardo Pessoa também orientou João Vaccari Neto no sentido de que os contatos para o pagamento deveriam ser realizados através de seu diretor financeiro, Walmir Pinheiro Santana, que negociou o valor para diminuí-lo para R$ 2,6 milhões.”

Segue o magistrado. “A narrativa acusatória ainda aponta que a captação e distribuição de recursos ilícitos se desenvolveram através de um esquema montado pela própria UTC Engenharia S/A, principalmente por contratos de prestação de serviços fictícios e/ou superfaturados, de forma que os valores ou a diferença retornassem à UTC Engenharia S/A, mas para ‘uma conta de caixa dois’ que detinham junto a Alberto Youssef. Depois, Alberto Youssef entregaria parte do valor do dinheiro em espécie; e em relação à outra parte utilizaria PFs e PJs para receberem os valores e os remeterem a outras PFs e/ou PJs para, finalmente, os valores serem transferidos, destas, para gráficas indicadas por ‘Chicão’.”

Após as simulações dos contratos de prestações de serviços, segundo a Promotoria, os pagamentos teriam sido efetivados de duas formas. Na primeira, Youssef mandava seu funcionário Rafael Ângulo Lopes entregar os valores, normalmente aos sábados de manhã, na garagem do edifício do seu escritório, em dinheiro, diretamente a ‘Chicão’.

Na segunda, Youssef realizava sucessivas transferências bancárias por empresas e pessoas às gráficas indicadas por ‘Chicão’, de forma a dissimular a origem dos valores.

A solicitação teria ocorrido entre abril e maio de 2013. “Os pagamentos, sintomaticamente, entre maio e junho de 2013”, ressalta o juiz. “Assim foram realizados os pagamentos daquela dívida, contraída especialmente durante o ano de 2012 pela campanha de Fernando Haddad para o cargo de prefeito de São Paulo.”

 

Outro lado
A reportagem está tentando contato com o ex-prefeito Fernando Haddad. O espaço está aberto para manifestação.

No dia 10 de setembro, a defesa de Haddad peticionou nos autos e alegou que ‘a denúncia é inepta por não conter a descrição individualizada mínima das condutas que teriam sido praticadas pelo denunciado, nem dos elementos nucleares que compõem o tipo penal da corrupção passiva’.

Segundo a defesa do ex-prefeito, ‘a denúncia não aponta minimamente qual era o objetivo do pagamento, ao menos em perspectiva’.

“Há necessidade de se apontar um ato de ofício para caracterização do crime de corrupção passiva, sendo imprescindível a descrição mínima do que se espera em contrapartida da vantagem indevida”, sustenta a defesa de Haddad. “Há necessidade de indicação da autoria, vez que a acusação se limita a afirmar que o denunciado tinha domínio dos fatos. Não há qualquer elemento de prova sobre corrupção passiva, inexistindo justa causa para a ação penal, sendo insubsistente a denúncia fundada apenas na palavra do colaborador premiado.”

A defesa apontou, ainda, incompetência do juízo sob o fundamento de que os fatos foram objeto de denúncia perante a Justiça Eleitoral ‘por configurarem doação eleitoral não contabilizada, havendo conexão material e processual, prevalecendo, assim, a jurisdição especial’.

Sérgio Moro é exonerado do cargo de juiz federal

O futuro ministro da Justiça, Sergio Moro - Fabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo Agência Brasil

O juiz federal Sérgio Moro pediu exoneração do cargo nesta sexta-feira (16/11). Moro ocupará o Ministério da Justiça no governo Jair Bolsonaro.

Em seu pedido de exoneração, Moro admite que pretendia deixar o posto às vésperas de tomar posse, mas afirma ter antecipado a decisão diante de reclamações de que não poderia sequer participar do planejamento de ações do futuro governo, mesmo em férias.

Veja abaixo o pedido de exoneração apresentado por Sérgio Moro à Justiça Federal:

Pedido de exoneração Sérgio Moro by Metropoles on Scribd

O pedido foi aceito pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). O ato terá validade a partir da próxima segunda-feira (19/11), segundo informou o tribunal.

Michel Temer diz que vai decidir lá na frente se sanciona ou veta o reajuste de ministros do STF

O presidente Michel Temer disse hoje (14) que examina com “muito cuidado” o reajuste salarial para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, só decidirá se vai sancionar ou vetar “lá na frente”. Temer lembrou que tem até até o dia 28 para tomar a decisão.

“Estou examinando este assunto com muito cuidado e só decidirei lá na frente. Vamos ver como fazemos. Temos até o dia 28 de novembro para a sanção”, disse em Campinas, no interior de São Paulo, após inauguração do projeto Sirius, um acelerador de partículas.

O reajuste altera o subsídio dos 11 integrantes do STF e da atual chefe do Ministério Público Federal, Raquel Dodge, de R$ 33,7 mil para R$ 39 mil, e provoca um efeito cascata sobre os funcionários do Judiciário, abrindo caminho também para um possível aumento dos vencimentos dos parlamentares e do presidente da República.

O Senado aprovou o aumento no último dia 7. Alguns governadores, como o eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), disse ter receio do possível efeito cascata causado pelo reajuste.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse que o aumento era “inoportuno” e sugeriu o veto.

Cuba abandona Mais Médicos no Brasil após críticas de Bolsonaro

O governo de Cuba comunicou nesta quarta-feira (14/11) que vai se retirar do programa Mais Médicos devido a declarações “ameaçadoras e depreciativas” do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), que anunciou modificações “inaceitáveis” no projeto.

O governo brasileiro ainda não foi informado da decisão. Questionado sobre o assunto no começo da tarde desta quarta-feira, o general Heleno Augusto, um dos integrantes do futuro governo, afirmou que o caso será tratado pelo Ministério da Saúde. “Não sei ainda e não vou dar palpite. Isso é um problema da área de saúde”, disse.



O Ministério da Saúde, por sua vez, disse que o assunto cabe ao Ministério das Relações Exteriores. Procurado, o Itamaraty não se pronunciou até o momento.

A decisão foi comunicada por meio de nota oficial divulgada pelo governo cubano.

“Diante dessa realidade lamentável, o Ministério da Saúde Pública de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do programa Mais Médicos”, anunciou a pasta. A decisão significa que os milhares de médicos cubanos que trabalham no Brasil dentro do programa deverão retornar à ilha.

Para sua retirada do programa, o governo cubano argumentou que Bolsonaro tem questionado a formação dos especialistas cubanos, condicionou sua permanência no programa à revalidação do diploma e impôs como único caminho a contratação individual.

Além disso, a nota reafirma a competência e a colaboração dos profissionais. “O trabalho dos médicos cubanos em locais de extrema pobreza nas favelas do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador de Bahia, nos 34 Distritos Especiais Indígenas, especialmente na Amazônia, foi amplamente reconhecido pelos governos federal, municipal e estadual daquele país e de sua população, que concedeu 95% de aceitação, segundo estudo encomendado pelo Ministério da Saúde do Brasil à Universidade Federal de Minas Gerais”, apontou.

“O povo brasileiro, que fez do Programa Mais Médicos uma conquista social, que confiou desde o primeiro momento nos médicos cubanos, aprecia suas virtudes e agradece o respeito, sensibilidade e profissionalismo com que foi atendido, vai compreender sobre quem cai a responsabilidade de que nossos médicos não poderem continuar prestando seu apoio solidário no país”, afirmou o Ministério da Saúde Pública de Cuba.

O Ministério da Saúde de Cuba afirmou ainda que, mesmo com a saída do programa do Brasil, os médicos cubanos sempre estarão disponíveis a prestar seus serviços no mundo. “Os povos de nossa América e do resto do mundo sabem que poderão contar com a vocação humanitária e solidária de nossos profissionais”, diz trecho da nota.

Na nota, o governo cubano trata o impeachment da presidente Dilma Rousseff como golpe, ao ressaltar que, mesmo diante desta condição, manteve o acordo de colaboração.

A ausência de governadores do Nordeste é sentida no primeiro encontro em Brasília com presidente eleito Jair Bolsonaro

O primeiro encontro do presidente eleito, Jair Bolsonaro, com governadores ocorre nesta quarta-feira (14/11), em Brasília, em um almoço organizado pelos próximos chefes do Executivo do Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro. Chama a atenção, no entanto, a ausência governadores do Nordeste, todos do campo da oposição e que apoiaram o adversário, Fernando Haddad (PT).

 


Ibaneis Rocha (MDB), futuro governador do DF, um dos organizadores do evento, tentou colocar panos quentes na ausência. “O Renan Filho (MDB-AL), por exemplo, nos comunicou que está em viagem. Não há retaliação. Acredito que todos querem se integrar a esse novo modelo de administração”, garantiu.

Governador do Piauí, Wellington Dias (PT), é o único governador da região que está presente na reunião. Dias afirmou que veio representando os demais políticos nordestinos, já que faz parte do Fórum dos Governadores do Nordeste. Ele entregou ainda uma carta elaborada pelos gestores com algumas reivindicações desses estados brasileiros.

Já o futuro governador de São Paulo, João Dória (PSDB), preferiu não comentar o assunto e afirmou apenas que o tema central do encontro é a situação financeira dos estados. “Um pacto federativo será apresentado pelo Paulo Guedes e é do nosso interesse acolher. Nós vamos avaliar também o tema da reforma da Previdência e da governabilidade, já que os governadores vão precisar de ajuda, principalmente nos primeiros meses de mandato”, afirmou.

Lula sairá da cadeia nesta quarta (14) para ser interrogado

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixa no fim da manhã desta quarta-feira (14/11), a sede da Polícia Federal em Curitiba pela primeira vez desde que foi preso, no dia 7 de abril. O petista será ouvido como réu da ação penal do sítio de Atibaia (SP). Nessa ação penal, o petista é acusado de 10 atos de corrupção e 44 de lavagem de dinheiro, na Operação Lava Jato.

O interrogatório começa às 14h. É a terceira vez que Lula será interrogado como réu da Lava Jato, a primeira foi em 10 maio de 2017, a segunda vez, em 13 de setembro. Mas a primeira como preso e também sem o juiz federal Sérgio Moro, que se afastou dos processos para ser futuro ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro (PSL).

Lula sustenta que é inocente, que não existem provas contra ele e que é vítima de uma perseguição política nos processos da Lava Jato. Sua defesa acusa também Moro de ter perdido a imparcialidade nos processos e tenta, sem sucesso, anular os casos.

Condenado em segundo grau no caso do triplex do Guarujá (SP), a pena de 12 anos e um mês de prisão,o ex-presidente também é réu em outro processo em fase final, sobre propinas da Odebrecht na compra de um terreno de R$ 12 milhões para o Instituto Lula e de um apartamento em São Bernardo do Campo usado pela família do petista.

A juíza federal Gabriela Hardt, substituta de Moro, ouvirá o petista e o seu amigo José Carlos Bumlai, pecuarista também réu no processo. Os interrogatórios na sala de audiências da 13.ª Vara Federal, em Curitiba, marcam o final das oitivas dos réus no processo do sítio de Atibaia – um dos episódios mais emblemáticos do escândalo de corrupção, envolvendo Lula.

Na ação do sítio, Lula e outros 12 réus são acusados de ocultarem propinas de contratos da Petrobrás em reformas e compra de equipamentos para o sítio – que para a Lava Jato é propriedade oculta do ex-presidente, mas o fato ainda está sob investigação e pode virar outra denúncia.

O ex-presidente, segundo a força-tarefa da Lava Jato, teria sido contemplado com propina de R$ 1,02 milhão. O dinheiro seria de José Carlos Bumlai, relacionados a empréstimo fraudulento com o Grupo Schahin ao PT e negócios da empresa com a Petrobrás, pela Odebrecht e pela OAS, também decorrentes de contratos com a estatal.

Recurso negado
Por unanimidade, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou nessa terça-feira (13) um recurso de Lula, preso e condenado no âmbito da Operação Lava Jato. Lula contestava decisão do ministro Edson Fachin, que encaminhou para a Justiça Federal do Distrito Federal uma denúncia pelo “quadrilhão do PT” – o ex-presidente queria ser investigado pelo STF.

A acusação, por organização criminosa, foi oferecida pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot contra 16 pessoas De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o esquema de corrupção instalado na Petrobras, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e no Ministério do Planejamento permitiu que os políticos denunciados recebessem a título de propina pelo menos R$ 1,48 bilhão.

Bolsonaro vai manter Trabalho com status de ministério

O presidente eleito Jair Bolsonaro disse hoje (13) que a pasta do Trabalho será mantido com o status de ministério. A afirmação ocorre depois de ele ter anunciado que a pasta seria extinta. “Vai continuar com o status de ministério, não vai ser secretaria”, disse o presidente eleito depois de visitar o Superior Tribunal Militar (STM).

Mais cedo durante visita ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), Bolsonaro afirmou que a estrutura do ministério será absorvida por outra pasta, mas não indicou qual.

“Eu não sei como vai ser, está tudo com Onyx Lorenzoni [ministro extraordinário da transição] e mais algumas pessoas que trabalham nessa área, e temos tempo para definir”, disse o presidente eleito. “A princípio é o enxugamento do ministério, ninguém está menosprezando o Ministério do Trabalho, está apenas sendo absorvido por outra pasta.”

Bolsonaro negou que o Ministério do Trabalho será agregado à Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) no futuro Ministério da Economia. “Indústria e comércio está lá no superministério do Paulo Guedes, botar mais o Trabalho lá acho que fica muito pesado.”

O presidente eleito deixou o STF e seguiu de helicóptero até o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde está a equipe de transição para o novo governo. De acordo com assessores, ele ficou apenas alguns minutos no local e foi para o apartamento funcional na Asa Norte.

TSE aponta 17 indícios de irregularidades nas contas de Bolsonaro

A área técnica do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu na noite desta segunda-feira (12/11) a análise preliminar da prestação de contas da campanha de Jair Bolsonaro e apontou 17 indícios de irregularidade na documentação entregue pela equipe do presidente eleito. As informações são da Folha de S.Paulo.

Com isso, os técnicos pedem que o ministro-relator, Luís Roberto Barroso, dê prazo de três dias para que a assessoria de campanha de Bolsonaro encaminhe documentos e esclarecimentos sobre os 17 itens levantados, além de outros seis temas que indicam inconsistências.

Entre os problemas listados pela equipe de análise de prestação de contas, estão o descumprimento de prazos para informe à Justiça Eleitoral de receitas e gastos, inconsistências entre dados informados pela campanha e aqueles registrados em órgãos oficiais, além do recebimento de doações de fontes vedadas.

Há ainda o fato de que a AM4, maior fornecedora da campanha de Bolsonaro, não tem autorização da Justiça Eleitoral para fazer arrecadação de doações pela internet – a mais expressiva fonte de recursos da campanha do capitão reformado.

Os técnicos também querem que seja informado quais advogados atuaram para Bolsonaro. A campanha alegou ter gasto R$ 50 mil com serviços advocatícios da Kufa Sociedade de Advogados, mas não prestou esclarecimentos acerca dos outros que trabalharam também no período eleitoral. Além disso, não há registro sobre a prestação de serviços contábeis.

Dados omitidos
Reportagens da Folha mostraram que a campanha de Bolsonaro omitiu dados da prestação de contas do primeiro turno. Algumas das informações também não foram apresentadas na prestação final das contas da campanha – entre elas, o trabalho de Tiago Ayres, um dos principais advogados da campanha.

“Ao efetuar o exame das manifestações e da documentação entregues pelo candidato, em atendimento à legislação eleitoral, foram observadas inconsistências ou registros na prestação de contas, relatados a seguir, para os quais se solicitam esclarecimentos e encaminhamento da documentação comprobatória”, diz o parecer, que lista 17 indícios de irregularidade e seis de inconsistência.

Confira a íntegra da análise preliminar:

TSE by on Scribd